A exposição temporária “Atlântico Vermelho”, da artista plástica brasileira Rosa Paulino, chega este sábado (14 de outubro) ao Pavilhão dos Descobrimentos, em Lisboa, onde fica até ao fim de dezembro. O nome da exposição inspira-se no nome do livro escrito pelo sociólogo Paul Gilroy ” Atlântico Negro”, e tem como base o pensamento sobre as questões sociais, étnicas e de género, especialmente acerca da posição do negro e da mulher negra na sociedade brasileira.
A exposição refere-se exatamente ao “sangue derramado” no Atlântico, enquanto ligação de dois pontos, África e Brasil, “cujas pontas sofreram processos de aniquilamento e subjugação das suas populações, tendo a ciência, a religião e a ideia de progresso sido usadas para justificar os mais aterrorizadores abusos”, explica a artista Rosa Paulino. Para representar essa realidade a artista inspirou-se em “imagens produzidas no Brasil e que retratavam a flora, a fauna e as gentes num mesmo plano, pessoas a serem explorados, antes elementos pitorescos em uma paisagem exótica que, seres dotados de humanidade”, esclarece.
“Atlântico Vermelho” tem ainda o objetivo de mostrar a necessidade de combater as ações de discriminação, preconceito e racismo para alcançar uma sociedade justa, bem como encontrar formas de superar este problema.