Quase 70 por cento da população africana acdeia ser vacinada contra o coronavírus enquanto crescem as preocupações sobre o impacto do vírus nas economias, meios de subsistência e saúde, refere um estudo divulgado em Nairóbi na quarta-feira.
O estudo realizado no final de novembro em seis países africanos pela agência internacional de sondagem de mercado GeoPoll indica que a aceitação da vacina Covid-19 no continente melhorou.
“O estudo da GeoPoll descobriu que muitas populações na África estão prontas para a disponibilização de uma vacina, com quase 70 por cento das pessoas em alguns países, incluindo a África do Sul, declarando que estão dispostas a tomar uma vacina assim que ela estiver disponível”, disse Roxana Elliott , vice-presidente de marketing da GeoPoll.
A pesquisa sobre a aceitação de uma vacina contra a pandemia na África cobriu quase 3.000 pessoas no Quénia, Moçambique, Nigéria, Costa do Marfim, África do Sul e República Democrática do Congo (RDC).
Segundo o estudo, um terço dos entrevistados concorda plenamente que a vacina Covid-19 é segura, enquanto outros 21% são céticos e 29% não responderam.
Populações mais atingidas pela doença, mais recetivas
“A confiança na segurança da vacina é mais alta na Nigéria e na África do Sul, onde 41 e 35 por cento, respetivamente, concordam fortemente que as vacinas são seguras”, diz a pesquisa.
“Na RDC eram mais propensos a relatar que discordam fortemente que as vacinas são seguras, em 23 por cento dos entrevistados. Não houve grandes diferenças observadas por idade e sexo”, indica o estudo.
A confiança nas informações divulgadas pelos governos está correlacionada com uma maior aceitação da vacina nos seis países africanos onde o inquérito foi realizado.
Os entrevistados também se mostraram preocupados com o custo da vacina e os grupos demográficos que provavelmente receberiam prioridade urgente.
Elliott referiu que há uma ligação direta entre o grande número de vítimas da pandemia nas economias, vidas e meios de subsistência e a disposição de ser vacinado.
“Aqueles em países como Quénia e África do Sul, que foram fortemente afetados pelo Covid-19 e restrições relacionadas, estão mais dispostos a tomar a vacina”, disse Elliott.
Segundo a responsável, o estabelecimento de uma logística de transporte contínua combinada com campanhas de base sobre a segurança e eficácia da vacina Covid-19 é a chave para impulsionar sua adoção na África.