A Comissão Europeia apresentou esta terça-feira uma nova estratégia ambiciosa para posicionar a Europa como o centro mundial de excelência em ciências da vida até 2030. O plano, apoiado por mais de 10 mil milhões de euros anuais, visa reforçar o papel da UE num sector vital para a saúde, ambiente e economia, responsável por 1,5 biliões de euros de valor económico e 29 milhões de empregos em todo o bloco.
A estratégia assenta em três pilares: otimizar o ecossistema de investigação e inovação, facilitar o acesso ao mercado para novas tecnologias e aumentar a confiança pública nas inovações científicas. Entre as medidas previstas, destacam-se a criação de uma Lei da Biotecnologia da UE, o lançamento de uma plataforma para ligar startups a investidores e a mobilização de fundos significativos para áreas como o microbioma, biofabricação e soluções contra o cancro.
Para promover um ambiente mais favorável à inovação, Bruxelas investirá 250 milhões de euros em tecnologias intersectoriais e outros 300 milhões na aquisição de soluções inovadoras. A Comissão propõe ainda um plano de financiamento europeu para facilitar ensaios clínicos multinacionais e acelerar o desenvolvimento de novas terapias, especialmente sob a abordagem “Uma Só Saúde”.
A presidente Ursula von der Leyen sublinhou que a iniciativa responde à necessidade urgente de revitalizar a competitividade europeia num sector onde a UE tem vindo a perder terreno para outros atores globais. A estratégia resulta de uma vasta consulta pública e de análises técnicas que identificam a fragmentação da inovação, o uso insuficiente da inteligência artificial e a lenta adopção de novos produtos como obstáculos à liderança europeia.