EXCLUSIVO: Guerra dos 12 Dias – Diário da Primeira Grande Guerra entre Israel e o Irão

Nesta análise, olhamos para os momentos mais marcantes da guerra entre Israel e o Irão, uma conflito que dominou as notícias internacionais nas últimas duas semanas.

Dia 1 / 13 de Junho de 2025
A ofensiva lançada por Israel na madrugada de 13 de Junho contra o Irão, liderada pelo Primeiro-ministro Israelita Benjamin Netanyahu, constituiu o início da guerra mais violenta travada pelo regime de Telavive e uma aposta repleta de riscos monumentais e sem garantias de sucesso. Há décadas que Netanyahu tem alertado por Ocidente dos perigos iminentes que Teerão representa para a segurança no Médio Oriente e a condição existencial de Israel, especialmente com a ameaça da aquisição do programa nuclear por parte dos Iranianos.

Esta operação militar, que apanhou Teerão de surpresa (numa fase em que o Irão ainda contemplava sentar-se à mesa com os Americanos para continuar as suas negociações nucleares em Omã), incluiu investidas multifacetadas através de bombardeamentos devastadores na capital Iraniana, destruição de bases militares e plataformas de lançamento de mísseis localizadas em diversas áreas do país, assassínios de altos oficiais (entre os quais, cientistas nucleares), mortes de dezenas de civis e infiltrações de mercenários associados à Mossad. Os ataques ocorreram numa altura em que o espaço aéreo na região estava repleto de voos comerciais, forçando a defesa antiaérea Iraniana a não disparar mísseis de intercepção para minimizar riscos de atingir passageiros civis. Netanyahu quis, com esta ofensiva, sabotar abruptamente as negociações em curso entre o Irão e os EUA e simultaneamente adiar os processos legais que ameaçam a carreira política e até a sua integridade devido aos casos múltiplos de corrupção de que o Primeiro-ministro é acusado.

A operação Israelita, chamada ‘Leão Ascendente’, foi interpretada como um sucesso imediato pela administração de Netanyahu, que, apesar de aguardar uma retaliação inevitável por parte de Teerão, contava com o sistema de defesa antiaérea altamente robusto e sofisticado chamado Cúpula de Ferro para proteger os quase 10 milhões de civis Israelitas de incursões de mísseis Iranianos, que foram forçados pelo seu governo a esconder-se em abrigos. Segundo Netanyahu, este conflito duraria no máximo duas semanas e embora fossem esperados impactos resultantes de projéteis Iranianos, a segurança das infraestruturas e humana estava garantida. Netanyahu terá calculado ainda que a resposta Iraniana seria semelhante às duas retaliações efetuadas no ano passado (intituladas ‘Promessa Verdadeira I e II’), que levaram alguns dias a concretizar-se e que não causaram danos consideráveis já que a maioria das centenas de mísseis lançados pelo Irão foi interceptada.

Porém, desta vez, Teerão não perdeu tempo em retaliar. Enquanto ainda se defendia dos constantes bombardeamentos Israelitas dentro do seu território, na noite de sexta-feira, o Irão lançou dezenas de drones suicidas para manter a Cúpula de Ferro ocupada com intercepções e mais tarde atingiu com sucesso alvos estratégicos em Tel Aviv através de mísseis balísticos, que iluminaram o céu na região. Vários prédios colapsaram devido à potência dos impactos.

Dia 2 / 14 de Junho de 2025

A investida Iraniana continuou até à madrugada de Sábado, e incluiu danos consideráveis no edifício HaKirya (a principal base das Forças de Defesa Israelitas) no centro de Telavive. Horas mais tarde, Israel acordou para um cenário de devastação, com centenas de edifícios danificados, milhares de veículos destruídos e dezenas de civis feridos.

O resto do dia de sábado foi marcado por mais ataques Israelitas no Irão, especialmente contra bases militares e nucleares, fazendo mais mortos entre os civis. A ofensiva incluiu ainda bombardeamentos do South Pars, a maior usina de gás do mundo (partilhada entre o Irão e o Qatar), causando pânico entre oficiais em Washington, que condenaram o ataque, alegando que há interesses norte-americanos naquela zona.

Nessa noite, as forças militares Iranianas efetuaram mais retaliações, desta vez com bombardeamentos em Haifa, norte de Israel. Também na noite de sábado, os Israelitas anunciaram os assassínios de altos comandantes Iemenitas e Iranianos, mas mais tarde estas alegações foram provadas como sendo falsas. Entretanto, os EUA confirmaram que iriam assistir Israel com intercepções anti-míssil através do céu, mar e terra a partir das suas bases no Médio Oriente.

Dia 3 / 15 de Junho de 2025

Durante a madrugada de Domingo, houve relatórios de civis Israelitas retidos nos escombros de edifícios bombardeados e até dentro de abrigos, que também não resistiram ao impacto dos mísseis Iranianos.

O Irão continuou a bombardear cidades como Tamra e Telavive, causando alguns mortos.
Por seu lado, na tarde de domingo, mercenários ao serviço da Mossad infiltrados no Irão, detonaram várias bombas em carros de civis em Teerão, fazendo dezenas de mortos e centenas de feridos, lançando o pânico entre a população e levando milhares de famílias a fugir da capital. A resposta das autoridades Iranianas foi rápida e eficaz e durante este período efetuaram detenções de várias dezenas de suspeitos de espionagem e terrorismo, seguidas de interrogações, torturas e execuções públicas.

As forças de segurança Iranianas conseguiram também detetar centros de fabrico e tráfico de armamento e explosivos destinados a efetuar ataques terroristas por agentes contratados pela Mossad dentro do Irão. O regime de Teerão anunciou mais tarde que qualquer espião ao serviço de Israel terá até ao dia 1 de Julho para se apresentar às autoridades e depor todas armas e dispositivos na sua posse.

A noite de Domingo foi particularmente violenta em Israel, com bombardeamentos devastadores em Haifa e também na capital, especialmente a destruição do edifício do Instituto Weizmann (centro de investigação científica), que Teerão acusou de estar ligado ao programa nuclear clandestino de Israel, operações de espionagem e recolha de informações estrangeiras.

Alguns utilizadores de redes sociais Israelitas descreveram a situação vivida em Israel como “Dia do Juízo Final”. O escritor e jornalista Israelita Yossi Melman chegou a escrever na sua conta X “recomendo que reduzamos as nossas perdas e recorramos a Trump para pôr fim à loucura com um acordo razoável; caso contrário, acabaremos por implorar por um cessar-fogo e o Irão recusará.”

Dia 4 /16 de Junho de 2025

Na manhã de segunda-feira, foi anunciado o encerramento de todas as instalações da refinaria de petróleo na Baía de Haifa, como resultado de um ataque com mísseis Iranianos na noite anterior, que matou três pessoas no local. Foram também registados apagões nas zonas residenciais circundantes como consequência da investida e até ao fim da tarde o incêndio na refinaria ainda não tinha sido controlado pelas equipas de bombeiros.

O Porto de Haifa (o maior em Israel e que lida com 30% de de todas as importações no país) foi também atingido e, dias mais tarde, a maior empresa de transporte marítimo do mundo, a ‘Maersk’, anunciou que iria suspender todos os envios comerciais para o porto. Ainda na segunda-feira, as forças Iranianas confirmaram que tinham bombardeado com sucesso a base aérea Israelita Nevatim no Neguev, o deserto que ocupa cerca de 60% do território de Israel.

À tarde, as forças Israelitas efetuaram mais ataques no Irão, incluindo o bombardeamento da estação de televisão estatal, causando a interrupção na transmissão em direto e matando um funcionário e ferindo vários jornalistas, com destaque para a apresentadora que voltou ao estúdio e retomou a emissão. Segundo Telavive, a estação televisiva era usada para atividades militares ilícitas, acusação negada pelo Irão.

A escala de destruição em várias cidade Israelitas levou a centenas de milhares de cidadãos a tentar fugir do país. Contudo, o governo de Netanyahu anunciou a proibição de voos comerciais, forçando o povo Israelita a ficar retido e à mercê dos bombardeamentos Iranianos. Milhares de Israelitas, porém têm entretanto conseguido escapar à guerra, embarcando em iates rumo ao Chipre. Tem havido também notícias ao longo da semana que muitos dos abrigos destinados a proteger a população Israelita dos ataques Iranianos não têm mostrado capacidades de resistência e alguns colapsaram. Para além disto, há cada vez mais escassez de abrigos disponíveis para todos os cidadãos.

Há também relatos de Palestinianos e trabalhadores estrangeiros a quem foi negada a entrada nos bunkers, um fenómeno agora chamado de ‘Apartheid dos Abrigos’. Houve um ainda casos denunciados em que soldados israelitas instalaram-se em casas de civis Palestinianos em Hebron, Ramallah, Jenin e Qalqilya para não serem atacados por mísseis Iranianos, desalojando famílias inteiras que também não podem entrar em abrigos.

Dada a vulnerabilidade demonstrada por Israel em defender-se das investidas Iranianas, o governo de Netanyahu executou a expulsão de jornalistas em vários pontos do país, baniu a Al Jazeera e proibiu filmagens de ataques Iranianos dentro de Israel. O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir avançou ainda com a ameaça de deter qualquer Israelita que assista a transmissões da Al Jazeera, alegando que o canal é um perigo para a segurança do país.

Dia 5 / 17 de Junho de 2025

Na terça-feira, Netanyahu afirmou que, dada a capacidade demonstrada pelos mísseis balísticos de longo alcance do Irão, o regime de Teerão poderá em breve atacar Nova Iorque e que portanto, o seu programa militar teria de ser desmantelado. Antes deste depoimento, Donald Trump avisou nas suas redes sociais que todos os residentes de Teerão teriam de evacuar a capital o mais rapidamente possível. Esta mensagem lançou o pânico no Irão e milhares de famílias foram avisadas a fugir de carro para fora da cidade.

Mais tarde, Trump sugeriu que a sua mensagem não se tratava se uma ameaça real mas sim da sua preocupação pela segurança dos civis Iranianos. Contudo, vários analistas consideraram esta ação por parte do Presidente dos EUA como irresponsável e desnecessariamente desestabilizadora. Trump continuou a publicar conteúdo ambíguo e altamente confuso nas suas redes sociais, dando a entender que a participação direta na guerra estaria iminente, no entanto sem tomar nenhuma decisão oficial de se juntar a Israel no conflito.

Entretanto, o Rei da Jordânia criticou as acções de Israel e mentionou Gaza num apelo à União Europeia para pôr pressão sobre o governo de Netanyahu para cessar as hostilidades.
Ainda na terça-feira, Israel confirmou que mísseis Iranianos tinham atingido e danificado uma base da Mossad em Glilot e centros de inteligência militar em Herzliya.

Apesar de danos consideráveis, o ataque devastador prometido pelas autoridades Iranianas acabou por não se materializar, levando a especulações entre os membros do executivo de Netanyahu que o Irão teria esgotado as suas capacidades e soluções para surpreender Israel com investidas eficazes.
Porém, reportagens pouco animadoras continuaram a emergir a partir de Telavive. Um jornalista da BBC descreveu a situação no terreno como sendo catastrófica, avançando que “os Israelitas sentem que não há futuro na sua terra e que esta a guerra devorou tudo.”

O Ministro das Finanças Israelita, Bezalel Smotrich, anunciou entretanto que cada família afetada pelos danos nas suas casas teria direito a uma compensação diária de 146 dólares, alimentação gratuita e guarida temporária.

Dia 6 / 18 de Junho de 2025

O regime de Teerão anunciou na manhã de quarta-feira que a fase de defesa e dissuasão tinha terminado e que estava agora iniciada a fase da vingança contra Israel, afirmando ainda que este seria o início oficial da guerra. Horas depois, Telavive foi atingida por uma nova vaga de projécteis Iranianos, incluindo o míssil hipersónico Fattah-1 que foi observado a passar a Cúpula de Ferro sem qualquer detecção. Israel respondeu com mais bombardeamentos devastadores no Irão.

Entretanto, as autoridades Iranianas impuseram um blackout total na conexão à Internet e avisaram os seus cidadãos a apagar aplicações móveis como o WhatsApp para prevenir ataques cibernéticos provenientes de Israel. No entanto, estas medidas extremas deixaram a população completa dificuldades acrescidas em comunicar e obter informações fundamentais sobre a situação da guerra, incluindo o acesso à notificações Israelitas que algumas vezes informam os Iranianos sobre as zonas residenciais que estão na iminência de serem bombardeadas.

Dia 7 / 19 de Junho de 2025

Vladimir Putin na quinta-feira anunciou que estaria disponível para mediar a guerra entre Israel e o Irão. Putin teve uma conversa telefónica com o Presidente Chinês Xi Jinping onde foi realçado um sentido de união entre as respectivas nações no sentido de apelar às “grandes potências” que ajudassem a acalmar o conflito. A Rússia, que tem um pacto de cooperação estratégica com Teerão, confirmou ter apelado a Washington para que os EUA não ataquem o Irão, alertando que esta manobra poderá destabilizar drasticamente a região e provocar um desastre nuclear.

Entretanto, Israel despertou para mais uma manhã violenta, com bombardeamentos devastadores em Telavive, Beer Sabaa e Haifa.

O hospital militar de Soroka (onde estavam soldados israelitas que têm participado no genocídio em Gaza) foi brutalmente danificado. O míssil Iraniano que atingiu aquela área visava Centro de Comando das Forças de Defesa de Israel junto ao hospital. Foram registados vários feridos e foram efetuadas evacuações de centenas de pacientes. Segundo oficiais Israelitas, o Irão ludibriou a estratégia de defesa civil ao ter reduzido o número de mísseis nos dias anteriores, criando a ideia de que a escala de impacto seria inferior. Isto levou à reabertura do espaço aéreo Israelita e locais de trabalho, colocando inadvertidamente as vidas dos cidadãos em perigo.

Mais tarde, um oficial Israelita numa entrevista à NBC revelou que os mísseis balísticos Iranianos estão cada vez mais rápidos e proporcionam menos tempo para Israel se preparar para os impactos. O oficial em questão avançou ainda que o Irão possui stocks de mísseis suficientes para continuar investidas contra Israel durante pelo menos menos 5 meses e que o regime de Teerão está longe de um colapso iminente.

No final do dia, a Secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou que Donald Trump só fará uma decisão de atacar ou não o Irão daí a duas semanas.

Dia 8 / 20 de Junho de 2025

O Irão efetuou mais ataques em Beersheba, a maior cidade Israelita no sul, perto da Faixa de Gaza, com danos significativos e pelo menos menos 30 feridos. O alvo principal foi o edifício da Microsoft, localizado na área do CyberSpark, uma zona de tecnologia avançada que fornece serviços avançados de cibersegurança ao exército Israelita.

Entretanto, a força aérea Israelita atacou várias instalações militares no Irão, incluindo áreas de produção de mísseis e um centro de investigação nuclear em Teerão. Telavive informou ainda as suas forças militares destruíram 35 lançadores de mísseis Iranianos. Houve ainda um ataque de drone que danificou um edifício residencial na capital Iraniana, alegadamente usado como base militar.

Apesar da exposição aos perigos dos bombardeamentos Israelitas incessantes em zonas urbanas, centenas de milhares de civis Iranianos encheram as ruas das cidades de Teerão, Qom, Isfahan, Shiraz, Mashhad, Qazvin, Gilan, Tabriz e Yazd para protestar contra os ataques devastadores contra cidadãos inocentes por parte de Israel. Foram também avistadas feministas Iranianas contra o regime teocrático de Teerão a criticar em público as acções criminosas de Netanyahu contra o povo Iraniano.

Dia 9 / 21 de Junho de 2025

O Irão continuou a enviar drones para o espaço aéreo Israelita com o intuito de sobrecarregar a Cúpula de Ferro antes de bombardear Telavive com mísseis balísticos. Como resultado, vários incêndios deflagraram na capital Israelita e na cidade de Holon, e alguns edifícios ficaram severamente danificados.
Entretanto, Israel bombardeou 3 edifícios em Isfahan e uma instalação nuclear. As forças Israelitas assassinaram ainda o comandante da Força Quds Saeed Izadi e Isar Tabatabai-Qamsheh, o décimo cientista nuclear Iraniano a ser morto nesta guerra.

Os bombardeamentos Israelitas destruíram também uma oficina de centrifugação no complexo de investigação nuclear de Isfahan.

Mais tarde, foi confirmado o assassínio de Abu Ali, o guarda costas do antigo Secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, morto por Israel em Beirute no ano passado. A notícia da morte de Abu Ali foi recebida com grande choque pela população xiita no Líbano e também no Iraque, onde no dia seguinte decorreu uma cerimónia solene com milhares de apoiantes que marcharam em homenagem ao dedicado guarda costas Libanês.
Entretanto, Teerão anunciou um segundo blackout na Internet nacional como medida de prevenção de mais ataques cibernéticos Israelitas (cuja taxa baixou para 15% desde o primeiro blackout, dias antes).

Dia 10 / 22 de Junho de 2025

Os EUA entraram oficialmente nesta guerra como participante direto através de uma operação (intitulada ‘Martelo da Meia-Noite’) que consistiu nos bombardeamentos das instalações nucleares Iranianas de Fordow, Natanz e Isfahan, através de bombardeiros B2 e mísseis Tomahawk. Segundo Donald Trump, os ataques destruíram por completo as bases bombardeadas, uma afirmação que foi rapidamente desmentida pelos oficiais Iranianos, que afirmaram que os danos eram reparáveis.

Entretanto, foram divulgadas imagens de satélite captadas antes dos ataques revelando movimentações de camiões perto das bases atingidas, sugerindo transferências de material nuclear para outras zonas do país.

Segundo a agência noticiosa Reuters, os oficiais Iranianos tinham movido grande parte do urânio enriquecido para um local secreto.

Apesar dos danos consideráveis, não houve registos de mortes ou de radiação nas zonas bombardeadas. Israel, mais tarde, anunciou que esteve em total coordenação com os EUA no planeamento desta operação.

Este ataque-surpresa chocou os EUA, e diversos políticos do Partido Democrático condenaram a operação, alegando que Trump agiu de forma ilegal por não ter o aval do Senado norte-americano. Como resultado, milhares de pessoas encheram as ruas de várias cidades Americanas para protestar contra a participação dos EUA nesta guerra. Também em Teerão foram relatados protestos contra a decisão de Trump, com milhares de manifestantes, incluindo o Presidente Iraniano Masoud Pezeshkian.

Esta operação gerou sérias preocupações entre oficiais em bases militares e embaixadas dos EUA no Médio Oriente, por receio de retaliações diretas contras as respetivas instalações e representantes norte-americanos.

Apesar do pânico generalizado, Trump reforçou a ideia de que, graças à sua operação, Israel estaria mais seguro e livre de ameaças Iranianas. Esta afirmação foi corroborada por Netanyahu, que aplaudiu e agradeceu o Presidente norte-americano por esta sua intervenção na guerra.

Em solidariedade com o Irão, e como resposta aos ataques às bases nucleares Iranianas , o grupo armado Iemenita Houthi declarou que os navios dos EUA seriam alvos legítimos no Mar Vermelho, quebrando o acordo de não-agressão feito com Trump no início do mês passado.

Israel continuou as suas ofensivas contra o Irão, destruindo locais de produção e armazenamento de armas, defesas aéreas, plataformas de lançamento de mísseis e infraestruturas no Aeroporto Internacional de Isfahan.

Por seu lado, as forças Iranianas lançaram 27 mísseis balísticos contra 11 locais em que Israel, fazendo danos consideráveis nas cidades de Telavive e Haifa e causando mais de 80 feridos civis. Foi também confirmado o abatimento de um drone militar Israelita Hermes 900, que sobrevoava o território Iraniano.
Telavive informou que o sistema de defesa antiaérea Israelita estaria a custar cerca de 285 milhões de dólares por dia, representando um custo insustentável a longo-prazo, especialmente se o Irão continuasse com lançamentos diários de mísseis contra Israel durante os próximos meses.

Entretanto, Teerão anunciou que o parlamento Iraniano estava na iminência de oficializar o encerramento do Estreito de Ormuz, uma rota essencial por onde é transportado cerca de 20% do consumo global de petróleo, por receio de danos colaterais aos navios cargueiros que passam naquela zona. Dadas as potenciais consequências catastróficas para a economia mundial (incluindo o aumento exponencial dos preços do petróleo) caso o Estreito fosse encerrado, o Secretário-Geral dos EUA, Marco Rubio, apelou à China para se disponibilizar a negociar com o governo Iraniano para não encerrar Ormuz, avançando ainda que Washington teria opções de negociação com o Irão para evitar esta decisão crítica.

Dia 11 / 23 de Junho de 2025

Milhares de civis Israelitas foram avistados a fugir dos perigos da guerra através de Taba, uma passagem fronteiriça com o Egito, devido ao encerramento do espaço aéreo Israelita.
Durante o dia, as forças militares Israelitas atingiram com sucesso seis aeródromos Iranianos, danificando pistas de aterragem, instalações subterrâneas e uma aeronave de reabastecimento. Os ataques destruíram também 15 caças e helicópteros Iranianos.

Para além destas ofensivas, Israel atacou também as rotas de acesso das instalações nucleares de Fordow.
Entretanto, o Irão lançou 15 mísseis em direção a Israel, causando danos consideráveis e interrupções de fornecimento de energia no sul Israelita. Várias explosões foram ouvidas e sentidas em Jerusalém e outras áreas em Israel, contudo, devido à censura aos órgãos de comunicação social imposta por Israel, não foi possível apurar a extensão dos danos feitos pelos mísseis Iranianos.

No final do dia, o Irão informou previamente o governo de Trump e as autoridades do Qatar que iria bombardear bases militares norte-americanas na região, com especial foco em Al Udeid, a maior base dos EUA no Médio Oriente, onde se encontram 10 mil tropas. Esta operação consistiu no lançamento de 6 mísseis, numa resposta direta à Operação Martelo da Meia-Noite. Apesar dos mísseis terem sido intercetados, registaram-se explosões que lançaram o pânico entre a população civil no Qatar.

Por motivos de segurança, o governo Qatariano encerrou o seu espaço aéreo e condenou as ações de Teerão em usar o território do Qatar para atacar os EUA.

Donald Trump, que um dia antes tinha ameaçado que qualquer ataque contra bases militares norte-americanas por parte do Irão iria causar resposta imediata e devastadora por parte dos EUA contra o Irão, limitou-se a sugerir um cessar-fogo e o fim das hostilidades. Esta declaração foi publicada nas redes sociais do Presidente norte-americano e, apesar de inicialmente não haver qualquer confirmação de Israel ou do Irão terem aceite a proposta, ao longo da noite de segunda-feira, ambos os governos sinalizaram que estavam dispostos a aceitar o cessar-fogo.

Dia 12 / 24 de Junho de 2025

As autoridades Israelitas informaram que tinham assassinado centenas de agentes do grupo paramilitar Iraniano Basij durante a noite e um cientista nuclear antes do cessar-fogo anunciado. Oficiais Iranianos confirmaram ainda que 9 civis foram mortos em ataques aéreos Israelitas contra edifícios residenciais na província de Gilan durante a noite.

Mesmo após ter acordado um cessar-fogo com o Irão, Israel retomou os seus ataques, acusando o Irão de violar o acordo de paz ao disparar dois mísseis contra áreas em território Israelita. Contudo, Trump lançou um aviso a Tel Aviv para não prosseguir com mais Israel para não prosseguir com mais ataques, com o intuito de evitar cometer violações graves do cessar-fogo recentemente acordado. Israel confirmou ainda a destruição de um sistema de radar.

Na madrugada de terça-feira, o Irão lançou um total de 20 mísseis contra Israel em seis vagas, atingindo vários pontos do país. Os danos mais evidentes foram registados em Beersheba, no sul, onde morreram pelo menos 4 civis, dezenas de civis ficaram feridos e vários edifícios residenciais sofreram danos devastadores.

As autoridades Israelitas acusaram o Irão de ter lançado dois mísseis adicionais contra Israel após o início do cessar-fogo. O Irão, no entanto, negou ter violado o cessar-fogo, já que os seus últimos mísseis tinham sido disparados 5 minutos antes da hora acordada com Trump.

Esta guerra, que durou um total de 12 dias, fez mais de 650 mortos e cerca de 2 mil feridos Iranianos (a maioria mulheres e crianças) e 28 mortos, mais de 3 mil feridos Israelitas e cerca de 9 mil civis internamente deslocados, e causou ainda a fuga de dezenas de milhares de cidadãos para fora de Israel.

João Sousa, a partir do Líbano para a e-Globa

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