O grupo parlamentar da UNITA declarou que vai voltar a propor, junto da Assembleia Nacional (AN), os pedidos da criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) sobre os casos da dívida pública, do Banco Espírito Santo Angola (BESA), do Fundo Soberano e da Sonangol.
A informação foi divulgada pelo vice-presidente do maior partido da oposição, Raul Danda, que disse que o seu grupo parlamentar quer ver esclarecidas as dúvidas que ainda pairam sobre a gestão pública. O deputado lembrou que o próprio Executivo, através do Ministério das Finanças, admitiu que 25% da dívida pública interna doméstica não é verdadeira, o que o levou a afirmar que a UNITA afinal tinha razão quando, na Legislativa passada, solicitou a criação de CPI sobre a dívida pública, proposta que acabou por ser recusada pela AN.
“As questões que nós colocamos são: estes 25 por cento representam um número exato ou será a mais? O que é que estará a acontecer relativamente à dívida externa? Temos agora um Presidente da República que fala sempre em nome da transparência, nós vamos voltar à carga, vamos retrabalhar o documento e reformular o pedido para a criação da CPI junto do presidente da Assembleia Nacional”, afirmou.
O grupo parlamentar vai ainda questionar, além de outros assuntos, a falência do BESA, uma vez que, passado algum tempo, em seu lugar nasceu “o Banco Económico com os mesmos ativos, os mesmos passivos e os mesmos donos, passando a ser considerado como um banco normal”.
De acordo com Danda, “O BESA ficou a receber dinheiros públicos e a gente não sabe o porquê. Houve pessoas que fizeram empréstimos de muitos milhões de dólares, este dinheiro não foi pago, para depois surgir o Estado a pagar o dinheiro que os devedores não pagaram, o que mostra mais uma vez que a UNITA tinha razão em pedir uma CPI sobre o BESA”.