Apesar da condenação de Luis Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro, no mês passado, o ex-presidente conta com apoio do Partido dos Trabalhadores (PT) e de amigos aliados, que utilizam as redes sociais para contestarem a decisão da justiça brasileira, ainda passível de recurso. O PT agendou também actos de protesto em todo o Brasil. Mensagens de apoio a Lula não deixam de chegar.
Deputados e senadores do PT sugerem que houve “parcialidade do juiz e perseguição política no processo contra o ex-presidente”. Nomes de vulto do partido acreditam defendem que “a perseguição a Lula é na verdade uma perseguição e uma estratégia para impedir a candidatura do ex-presidente em 2018”.
“Estamos do seu lado, Lula. A nossa solidariedade à você. Você tem no Partido dos Trabalhadores gente que nunca vai te deixar. Temos muito orgulho de você”, afirmou a presidenta nacional do PT e senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em fala no plenário do Senado, em Brasília.
“Em um estado democrático de direito, esse processo sequer teria sido concluído, porque inexistem provas que possam incriminar o ex-presidente Lula. Quem fez prova de inocência sem estar obrigada a fazê-lo foi a defesa”, afirmou o deputado e jurista Wadih Damous (PT-RJ), que sublinha que Moro “utiliza esse processo como arma de perseguição”.
Por sua vez, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), lembrou que “eleição sem Lula é uma farsa e que o povo deve ir às ruas para defender o ex-presidente.
“Temos que fazer uma denúncia internacional de uma fraude como essa. Eu quero trazer a minha indignação. Se eles acham que vamos aceitar mansos, estão enganados. Estão apostando na radicalização política desse País”, ressaltou Lindbergh Farias.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, saiu em defesa de Lula e destacou que deveriam haver actos contra todas as expressões do golpe.
“A resposta que temos a dar é o fora Temer, o fora Maia, directas já e Lula presidente. O Lula é a cara desse povo trabalhador, das mulheres, dos estudantes, que não querem que o País seja só para alguns”, contou Vagner Freitas, que salientou ainda que “os sindicatos e movimentos sociais vão articular uma nova ida a Curitiba, durante o depoimento de Lula marcado para setembro”.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou nova pesquisa CUT-Vox Populi, realizada em julho, na qual mostra que o ex-presidente Lula lidera as intenções de voto para presidente no segundo turno nos quatro cenários pesquisados.
Contra Jair Bolsonaro (PEN-RJ) ou João Doria (PSDB-SP), Lula alcança 53% das intenções de voto. Se os candidatos forem Geraldo Alckmin (PSDB-SP) ou Marina Silva (Rede-AC), Lula vence ambos com 52% dos votos. Nesses cenários trabalhados pela pesquisa, Bolsonaro teria 17% dos votos. Já Alckmin, Doria e Marina alcançariam, no máximo, 15% do total de votos, cada um. Aécio Neves (PSDB-MG) “zerou novamente, como havia zerado em junho, após as denúncias de corrupção feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ainda segundo a pesquisa, promovida pelo Sindicato que apoia Lula, o metalúrgico “é o melhor presidente que o Brasil já teve para 55% dos brasileiros”.
Marcos Coimbra, director do Instituto Vox Populi, avalia que a decisão de Moro não acabou com as intenções de voto no ex-presidente.
Durante a pesquisa, 42% dos entrevistados entendem que Moro não provou a culpa de Lula no caso do tríplex do Guarujá. Já 32%, acreditam que Moro provou e, outros, 27% não souberam ou não quiseram responder”.