Brasil: Estudo revela potencialidades do litoral norte do Ceará

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) disponibilizou um mapeamento da Geodiversidade dos Municípios Litorâneos da Macrorregião do Litoral Norte do Ceará, que abre possibilidades para o desenvolvimento económico, com o intuito de “difundir o geoturismo”, além do já implantado turismo de aventura e paisagístico.

A área de estudo é composta por 13 municípios, dos quais sete são litorâneos: Chaval, Barroquinha, Camocim, Cruz, Jijoca de Jericoacoara, Acaraú e Itarema. A população estimada é de 252 mil habitantes.

Segundo apurámos, este mapeamento é um empreendimento iniciado em 2006 pelo Programa Mineração Segura e Sustentável e assinado por uma equipa multidisciplinar com profissionais de diversas formações em geociências que proporcionam informações, bem como recomendações “integradas sobre o complexo físico da paisagem, envolvendo os elementos abióticos para o planeamento territorial ambiental de diferentes recortes do território brasileiro”, disse a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial, Alice Silva de Castilho.

Estas informações ampliam as potencialidades e limitações dos territórios, contribuindo, ainda, para o “ordenamento territorial, implementação de políticas públicas, prevenção de desastres e conservação do património geológico”.

Entre as unidades geológicas identificadas no litoral norte do Ceará, estão os depósitos aluviais das planícies costeiras, que se destacam pela alta fertilidade natural dos solos, adequados para o cultivo de culturas de várzea, ou seja, para práticas que se beneficiam da inundação do solo.

“No entanto, essas áreas apresentam limitações significativas para urbanização e instalação de aterros sanitários devido à alta suscetibilidade a inundações e enchentes, demandando cuidados especiais na ocupação e uso do solo”, explicou o coordenador-executivo e também pesquisador Raimundo Almir Costa.

Já as unidades geológicas associadas aos tabuleiros costeiros, com terrenos planos e boa capacidade de suporte, foram classificadas como altamente adequadas para urbanização e implantação de obras viárias. De acordo com Costa, estas áreas oferecem um ambiente favorável para o desenvolvimento de infraestrutura, mas devem ser monitorizadas quanto à suscetibilidade a processos erosivos em setores mais acidentados.

O estudo também avaliou a área quanto à sua viabilidade hídrica superficial e subterrânea, demonstrando que os depósitos aluviais comportam aquíferos livres e rasos com alta permeabilidade, sendo ideais para captação de água superficial, se explorados adequadamente. Por sua vez, as rochas do Grupo Barreiras e depósitos fluviais mais antigos possuem boa capacidade para exploração de água subterrânea.

Ígor Lopes

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