Brasil: Governador do Rio de Janeiro dialoga com a China para fortalecer relações

(C) Divulgação/Ernesto Carriço

A China é a principal parceira comercial do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Por esta razão, e no sentido de fortalecer as relações bilaterais com Pequim, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, participou numa reunião no dia 17/04 com o vice-prefeito Jin Wei, tendo sido abordadas, por Castro, algumas das principais atividades económicas fluminenses, como petróleo e gás.

“A meta é fomentar o intercâmbio com instituições chinesas”, revelou o governador, que disse que o Rio de Janeiro e Pequim “têm vocação para ser um centro de diálogo internacional”, além de mencionar o desejo de “ampliar a cooperação com a cidade, que é referência mundial” e possuir algumas das potencialidades económicas do Estado.

“Foi muito importante esse encontro para abrirmos mais espaços de cooperação entre Pequim e o Rio de Janeiro para trocas de experiências”, ressaltou Jin Wei.

“A nossa principal atividade é a energia. Somos o maior produtor de petróleo do Brasil, com 89% da produção, e de gás natural, com 76%. Além disso, estamos na segunda posição na fabricação de biogás: 327 milhões de m3/ano. E primeiro de biometano, com 80,3 milhões de m3/ano. A meta é fomentar o intercâmbio com instituições chinesas”, frisou.

O Governo fluminense refere que, nos últimos cinco anos, “a exportação do Rio com a China cresceu 67,6%, passando de US$ 9,7 mil milhões em 2019 para US$ 16,7 mi milhões em 2024. No ano passado, as importações somaram US$ 1,72 mil milhão. Além disso, 18% de tudo o que o Brasil vendeu para o país asiático teve como origem o Rio de Janeiro, colocando o Estado como o que mais exportou para a China. Mais de 95% das exportações são concentradas em commodities: óleos brutos de petróleo, minérios de ferro e óleos refinados”.

Após a reunião, o governador conheceu o projeto de controlo energético da sede da prefeitura, que utiliza energia renovável, modelo também adotado pelo Governo do Rio em prédios da administração pública. A ideia é “ampliar a utilização de energia limpa em escolas e hospitais, incluindo energia solar e a busca por fontes como a hídrica, eólica e geotérmica”.

Tarifas impostas pelos EUA levam a novos “voos” com os chineses

Um movimento que acontece após serem conhecidas as tarifas impostas por Donald Trump, presidente dos EUA, ao Brasil, nomeadamente os 25% sobre o aço e alumínio, o que tem gerado receios na economia brasileira. Em 2024, os Estados Unidos foram responsáveis por cerca de 40% das exportações brasileiras desses metais, tornando-se num mercado crucial para o setor industrial nacional.

A imposição dessas tarifas ameaça, segundo especialistas, “reduzir significativamente as receitas de exportação e pode resultar em perdas de postos de trabalho, afetando negativamente a economia do país”.

No entanto, no dia 9 de abril de 2025, Trump anunciou uma pausa de 90 dias na aplicação de tarifas adicionais para 57 países, incluindo o Brasil, com o objetivo de “abrir espaço para negociações comerciais”. Apesar disso, as tarifas de 25% sobre o aço, alumínio e automóveis permanecem em vigor.

No Estado do Rio de Janeiro, a indústria metalúrgica e de transformação, que depende fortemente das exportações para os EUA, enfrenta desafios acrescidos. A incerteza provocada pelas políticas comerciais de Trump pode, de acordo com esses mesmos especialistas, afetar a confiança dos investidores e dificultar a recuperação económica da região, que já enfrenta dificuldades estruturais.

Diante das restrições impostas pelos norte-americano, o Estado do Rio pode “reforçar a sua relação comercial com a China”, segundo maior destino das exportações brasileiras. O setor metalúrgico fluminense pode beneficiar da crescente procura chinesa por matérias-primas. Investimentos em infraestrutura e logística portuária poderão facilitar esse intercâmbio. Parcerias tecnológicas com empresas chinesas podem impulsionar a inovação industrial local, assim como a diversificação de mercados é a chave para “reduzir a dependência dos Estados Unidos e garantir maior estabilidade económica”, de acordo com fontes.

Em resposta a este cenário, o governo brasileiro tem procurado evitar uma guerra comercial direta com os Estados Unidos, enfatizando a importância do diálogo e da cooperação internacional.

Ígor Lopes

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