Uma professora cabo-verdiana do ensino básico foi afastada da sala de aula pelo Ministério da Educação devido ao seu sotaque, que teria influência de uma língua estrangeira. O caso, denunciado pelo Sindicato Democrático de Professores (Sindprof) nas redes sociais, gerou revolta entre os docentes e pedidos de esclarecimento às autoridades.
Segundo o Sindprof, a professora, que faz parte do quadro do Ministério da Educação desde 2021, foi deslocada para serviços administrativos na escola e, ocasionalmente, substitui colegas ausentes. “Se o sotaque dela realmente prejudica os alunos, por que é chamada para dar aulas quando há faltas?”, questionou o sindicato em sua publicação.
A própria professora, que não quis ser identificada, considera a decisão injusta e afirma que está sendo alvo de “txokota” (zombaria) por parte de responsáveis do Ministério da Educação. “Meu sonho sempre foi lecionar. Sinto-me desvalorizada e prejudicada emocionalmente”, desabafou.
O sindicato reforça que a docente foi aprovada em concurso público com uma boa nota e possui avaliações de desempenho satisfatórias. Para a entidade, a decisão do Ministério não tem justificativa plausível e deve ser revista imediatamente.
O caso repercute nas redes sociais, com vários profissionais da educação manifestando apoio à professora e criticando o afastamento. O Sindprof apela ao bom senso do Ministério da Educação para que a situação seja corrigida e os direitos da professora sejam respeitados.