Guiné-Bissau: Hospital Nacional Simão Mendes está sem oxigénio devido a avaria

GB Hospital Simão Mendes

O responsável de centro de isolamento de Covid-19 no Hospital Nacional Simão Mendes, Waldir Djalo, reconheceu que sempre que o hospital público precisa de oxigénio para os pacientes de Coronavírus, tem de o comprar na Clínica Madrugada em Bissau, no entanto “a fábrica da Clínica Madrugada está com uma avaria”.

Segundo Djalo, dos ventiladores (respiradores artificiais) que o Simão Mendes recebeu através de uma doação da UNICEF, mas um está a assistir “uma grávida estava em situação complicada, e dois foram mandados para o hospital de Bor, que tinha dois pacientes em estado grave, e cuja faárica de oxigénio está igualmente com uma avaria”, deixando apenas os serviços com dois aparelhos que “estão a ser usados neste momento por dois pacientes no hospital”, consequentemente se chegar ao hospital uma pessoa que precisa de oxigénio, o hospital não estará em condições de o assistir, disse Waldir Djalo

Os ventiladores são geralmente usados por um paciente, e fornecem 10 k de oxigénio por minuto, mas se o paciente for uma grávida, por exemplo, é necessária uma quantidade de 15 k por minuto.

Para alterar a situação, Waldir Djalo defendeu que os “grandes hospitais têm de ter as suas próprias fábricas de oxigénio. A maioria tem, mas qualquer um pode ter uma avaria. A clínica Madrugada fornecia-nos 3 garrafas de oxigénio por dia, mas um paciente em estado grave pode precisar até 3 garrafas. No mês de Maio o hospital Simão Mendes comprou 50 garrafas de oxigénio em Dakar, e estas duraram exactamente uma semana, ou seja, a solução reside apenas na reabilitação de todas as fábricas de oxigénio em todos os hospitais”, disse.

No Hospital de Bôr, situado nos arredores de Bissau, estão hospitalizados três pacientes em estado grave que precisariam de oxigénio de uma forma contínua, mas foram evacuados para o Hospital de Cumura, confirmou o director Frei Vitor Quematcha.

“Temos problemas de oxigénio, não temos oxigénio permanentemente, além disso, temos problema de energia, por isso não podemos atender doentes em estado grave” reconheceu Quematcha.

O director de Hospital de Cumura confirmou também que “uma máquina de produção de oxigénio funciona, mas de uma forma muito limitada”, pois “a máquina tem problemas, e se tivermos 10 doentes em estado crítico e precisarem de oxigénio, o compressor fica sobrecarregado e fica muito quente, o que não pode acontecer”, explicou Alberto Luís Quematcha.

O responsável de Hospital de Cumura garantiu que já fez algumas diligências para inverter a situação. “Procuramos informações para substituir a peça danificada, mas no país esta peça não se vende, e o exportador destas peças também não temos aqui, mas aguardamos apoio do governo e de outras entidades privadas”

Laurena Carvalho Hamelberg

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