O principal partido da oposição da Guiné Bissau, a Convergência para Democracia Social (CPDS), avaliou a recente demissão do Governo, através de um comunicado, sustentando que a crise económica que assola o país pode levar à falência total e a uma crise social e política difícil de resolver.
A 26 de julho, a demissão em bloco do executivo da Guiné Equatorial teve eco local. A Primeira-Ministra, Roka Botei, apresentou a sua demissão e dos restantes ministros perante o Chefe de Estado da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. As razões, como explicadas pelo próprio presidente no final da reunião no Palácio do Povo da capital, “as reservas esgotaram-se, o que me obriga a tomar medidas drásticas para resolver esta possível queda da economia do governo e evitar as possíveis exigências”.
Ao avaliar estes acontecimentos, a CPDS, mesmo sem representação actual no parlamento bicamaral (Câmara dos Deputados e Senado), indicou que “os governos formados por Obiang nunca tiveram o objectivo de resolver os problemas da população, mas sim satisfazer aqueles que o ajudam a manter-se no poder. Portanto, um país tão pequeno tem um executivo com mais de cinquenta membros, além de outros tantos conselheiros, enquanto o país carece de hospitais dignos e de escolas suficientes com qualidade mínima”.
Relativamente à situação económica e às explicações de Obiang, o partido liderado por Andrés Esono Ondo, sustenta que o aparecimento da crise económica no país e da criminalidade juvenil no país não se deve à ineficácia do executivo demissionário em particular, mas sim à corrupção sistémica enraizada na cultura do regime que envolve todas as esferas de poder na Guiné Equatorial, contaminando todo o aparelho de Estado e a economia. Além disso, duvidam que o novo governo, a ser formado, dê melhores garantias tendo em conta que as pessoas escolhidas são sempre as mesmas.
Por fim, afirmam que esta difícil situação poderá levar o país à bancarrota e a uma erupção social e política, impossível de gerir por outro governo do PDGE com as mesmas pessoas, instando o Presidente da República a convocar, com a maior urgência possível, um diálogo nacional entre o governo e todas as forças políticas e sociais. O objetivo será formar um “Governo de Salvação Nacional”e lançar as bases para um verdadeiro Estado de direito democrático e social, no qual todos os cidadãos tenham um lugar e sejam úteis e necessários para a vida política, desenvolvimento económico e social da Guiné Equatorial.
 
								