Na terça-feira (9) a vila de Macomia, centro de Cabo Delgado, ficou agitada na sequência de uma manifestação da população contra a brutalidade das Forças de Defesa e Segurança que na noite do dia anterior tinham morto um comerciante informal.
Da manifestação, pelo menos quatro (4) Agentes das Forças de Defesa e Segurança foram mortos, depois de espancados com recurso à paus e pedras, o que paralisou tudo ao nível da vila de Macomia.
Segundo fontes locais, na quarta-feira (10), a manifestação prevaleceu, mas foi de forma pacífica. Apesar de tudo, a livre circulação das pessoas e bens era tímida e os estabelecimentos comerciais não foram abertos.
Entretanto, o Estado Maior General do Ministério da Defesa Nacional, através de um Comunicado de Imprensa, assinado pelo chefe das Relações Públicas, Pedro Domingos António, justifica que a morte do comerciante deveu-se à recusa de parar quando o mesmo foi interpelado durante a patrulha noturna pelas forças.
O Estado Maior General explicou no Comunicado de 10 de Julho que o comerciante era suspeito de ser terrorista uma vez carregava consigo um recipiente vazio de munições de uma metralhadora denominada PK o que levantou grandes suspeitas das sua intenções.
Contudo, as FDS que não gozam de boa relação com a população da vila de Macomia, reiteram o seu compromisso na observação dos padrões internacionais dos Direitos Humanos, enquanto investiga as reais causas do incidente que resultou na revolta popular e consequentemente perda de vida de Quatro membros da força governamental.