À margem da 37ª Cimeira da União Africana, realizada em Adis Abeba, Etiópia, o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse que não esperava que a Embaixada da França em Maputo emitisse um comunicado a pedir que os seus cidadãos não se desloquem a Cabo Delgado, devido à ameaça terrorista e de rapto. “Devido à presença de uma ameaça terrorista e de rapto nas cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma é fortemente recomendado não viajar para estas cidades bem como nas estradas que ligam estas localidades,” lê-se no comunicado da Embaixada da França em Maputo, publicado na quarta-feira.
Segundo Filipe Nyusi, Moçambique esperava uma posição de ajuda vinda da França, não de criação de alarme. O chefe de Estado desconfia que esta carta não tenha sido escrita depois dos ataques, equacionando a possibilidade da França estar à espera de um momento destes, eventualmente forjado. Nuysi disse, ainda assim, que vai “respeitar e não há que questionar”. “Cada país tem uma agenda e a agenda é alinhada e integrada. Deve haver uma motivo qualquer Para fazer um comunicado destes porém, o alinhamento ninguém o conhece, mas nós temos de respeitar a agenda”, declarou.
O posicionamento francês surpreendeu o chefe do Estado de Moçambique. “Normalmente, como amigos, esperávamos um comunicado a dizer que, face ao que está a acontecer, agora nós vamos, mais uma vez, apoiar e trabalharmos juntos”. Filipe Nyusi referiu que o anúncio do comunicado surge no momento em que o país está a trabalhar arduamente para provar ao mundo que Moçambique está empenhado com os seus parceiros na luta contra o terrorismo. “Nós não dissemos que o terrorismo acabou, então este comunicado será para a vida toda”, sublinhou Nyusi.
Aurélio Sambo – Correspondente