O presidente reeleito do município de Quelimane, Manuel de Araújo, da Renamo, acusou, esta semana, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o seu órgão executivo, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), de agirem em conspiração criminosa para prejudicar os partidos políticos da oposição, nas eleições autárquicas de 11 de outubro.
Ao tomar posse para um novo mandato de cinco anos, Manuel de Araújo alegou no seu discurso que os órgãos eleitorais, o Governo, os tribunais e a polícia, tentaram, sem sucesso, privá-lo da vitória, no município. “A tentativa de fraude, em Quelimane, esteve perto de ser bem-sucedida, quando a CNE anunciou que o partido Frelimo, tinha ganho, embora uma contagem paralela dos votos tenha mostrado uma vitória clara da Renamo.”
Entretanto, o Conselho Constitucional (CC), o órgão máximo do país em matéria de direito constitucional e eleitoral, anulou a decisão da CNE, recontou os boletins das assembleias de voto de Quelimane e declarou que a Renamo tinha obtido a maioria na Assembleia Municipal e, consequentemente, Manuel de Araújo seria reeleito presidente do município.
Manuel de Araújo atribuiu esta vitória aos seus apoiantes que rejeitaram os resultados proclamados pela CNE. “Vocês, o povo de Quelimane, tiveram a coragem de desafiar o sistema”, disse na cerimónia, sublinhando que “a CNE tinha roubado votos nas eleições, e se não fosse a coragem das mulheres de Quelimane e a tenacidade dos seus jovens, não estaríamos aqui nesta ocasião festiva.”
Segundo o governante, se o CC não tivesse anulado a decisão da CNE, ninguém poderia governar o município de Quelimane, pois a determinação dos habitantes da cidade foi demonstrada pelos 44 dias de protesto contra os resultados anteriormente anunciados.
Aurélio Sambo – Correspondente