O Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), sediado no Brasil e com representação em Portugal, estabeleceu parceria com a empresa Thinkina (Shenzhen) Trading Co., Ltd., presente em Hong Kong e na China continental. O acordo, anunciado recentemente, designa Istal Alejandro Rubio Espinoza como representante do CPAH na Ásia e prevê a cooperação em projetos científicos, académicos e tecnológicos dirigidos a indivíduos sobredotados.
A iniciativa também procura atender à demanda de empresas chinesas interessadas em identificar pessoas de alto QI para atuar em setores estratégicos, como ensino superior, desenvolvimento tecnológico e consultoria científica.
Fundado por Fabiano Agrela Rodrigues, cidadão luso-brasileiro, o CPAH mantém sede europeia em Castelo de Paiva, Portugal, e coordena o GD Project, reconhecido como principal grupo internacional em debates científicos entre sobredotados. A rede reúne mais de 500 membros de 20 países, selecionados mediante testes psicométricos validados por conselhos de psicologia e medicina, incluindo participantes das sociedades de alto QI como Mensa, Intertel e Triple Nine.
Contexto em Hong Kong e China
Hong Kong é referência mundial em políticas públicas para sobredotados, com programas educacionais em três níveis coordenados pela Academia de Educação para Superdotados (HKAGE), financiada por um fundo de mais de 2 mil milhões de dólares de Hong Kong. Na China continental, embora não exista legislação específica, universidades de prestígio mantêm turmas especiais para jovens com altas habilidades.
Segundo o CPAH, esse ambiente favorável tem atraído projetos de cooperação internacional. Fabiano de Abreu recebeu o convite para integrar pesquisas de neuroimagem com financiamento chinês.
“China e Hong Kong tratam a sobredotação como um recurso estratégico. Este é um sinal claro de que, lá, a inteligência é valorizada e aplicada”, afirmou.
Certificação internacional
Para integrar os programas internacionais do Gifted Debate Project, os membros devem apresentar testes psicométricos aplicados por profissionais credenciados. O certificado emitido pelo CPAH tem validade em Portugal, China e Hong Kong, possibilitando participação em programas oficiais, estudos de caso, palestras e projetos de inovação.
Segundo Abreu, a cooperação não envolve transações financeiras.
“Este é um projeto sem fins lucrativos, feito com base em propósito e visão. Num mundo que tende à homogeneização intelectual, corremos o risco de ver os superdotados tornarem-se os próximos excluídos. É o nosso dever reconhecê-los, integrá-los e protegê-los”, concluiu este especialista.
Ígor Lopes