Estatísticas APAV: Filhos/as que agridem os pais/as mães – 2022 — 2024

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima divulga as Estatísticas APAV | Filhos/as que agridem os pais/as mães | 2022 — 2024, revelando uma realidade que exige maior atenção às respostas de apoio especializado e às medidas de prevenção dirigidas a uma faixa etária particularmente vulnerável.

Entre 2022 e 2024, a APAV apoiou 2.813 pais e mães vítimas de violência praticada por filhos e filhas, um número que traduz uma realidade particularmente sensível da violência intrafamiliar, frequentemente associada ao envelhecimento da população e à dependência entre gerações.

Durante este período, a APAV registou 5.654 crimes e formas de violência cometidos contra pais e mães, sendo a violência doméstica o tipo de crime mais comum (82,3%), seguida de outros crimes contra pessoas e contra o património (17,7%).

A maioria das vítimas era do sexo feminino (79,7%), seguindo-se vítimas do sexo masculino (19,1%) e uma pequena percentagem de pessoas intersexo (0,4%). Em 58,3% dos casos, as vítimas tinham 65 ou mais anos, evidenciando o impacto da violência na população idosa.

Os distritos com maior número de casos registados foram Lisboa (18,1%), Porto (15,9%), Faro (15,7%), Braga (13,3%) e Setúbal (8,8%), revelando uma distribuição geográfica alargada, com incidência relevante nas áreas metropolitanas e no sul do país.

Quanto às pessoas agressoras, 69% eram do sexo masculino e 30% do sexo feminino. Em termos etários, a maioria tinha entre 18 e 64 anos (62,8%), havendo ainda 3,1% com menos de 18 anos e 1,6% com 65 ou mais anos.

Em relação à apresentação de queixas ou denúncias junto das autoridades judiciais, os dados revelam que quase metade das vítimas (48%) não recorreu a esse tipo de procedimento, 37,5% decidiram apresentar queixa ou denúncia, e sobre 14,5% dos casos não existe informação disponível. Estes números evidenciam não só a complexidade do fenómeno da violência filial, mas também as barreiras e dificuldades que muitas vítimas enfrentam no acesso à justiça.

A APAV reforça a importância de continuar a sensibilizar para esta forma de violência doméstica, muitas vezes invisibilizada, e recorda que presta apoio jurídico, psicológico e social gratuito e confidencial a todas as vítimas de crime através da Linha de Apoio à Vítima 116 006 (gratuita e disponível nos dias úteis, das 8h às 23h), bem como pela sua rede nacional de gabinetes e estruturas de proximidade.

Consulte aqui o documento.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *




Artigos relacionados

Angola: Partido Cidadania fala de situação insustentável da cesta básica

Angola: Partido Cidadania fala de situação insustentável da cesta básica

O líder do Partido Cidadania, Júlio Bessa, partilhou que a situação económica de Angola está a tornar-se insustentável para a…
Timor-Leste: Governo lança sistema inteligente de controlo de tráfego em Díli

Timor-Leste: Governo lança sistema inteligente de controlo de tráfego em Díli

O Governo de Timor-Leste inaugurou o novo sistema de controlo de tráfego rodoviário, com sinais sonoros e paragens de transporte…
Moçambique: Parlamento define prazo para posse dos deputados do PODEMOS

Moçambique: Parlamento define prazo para posse dos deputados do PODEMOS

O Parlamento moçambicano decidiu que os deputados do Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), António Faruma e Faizal…
Portugal: “Fundação AIS é uma voz que clama no deserto” na denúncia dos ataques aos cristãos, diz Nuno Rogeiro

Portugal: “Fundação AIS é uma voz que clama no deserto” na denúncia dos ataques aos cristãos, diz Nuno Rogeiro

“Os cristãos não devem ter vergonha de dizer que o são”, afirma Nuno Rogeiro que vai apresentar hoje, dia 21,…