O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, encontra-se esta quarta-feira, 23 de agosto, em Irpin, nos arredores de Kiev, capital da Ucrânia.
O governante, que faz-se acompanhar pelo autarca local, já esteve junto à ponte Romanivsky, destruída pelas tropas ucranianas para evitar o avanço dos russos rumo à capital ucraniana e um dos símbolos mais reconhecíveis dos primeiros meses de guerra.
“A luta travada na ponte foi essencial. O líder do lado ucraniano mostrou-me vídeos desses primeiros dias”, partilhou Rebelo de Sousa com a imprensa.
Quanto à visita realizada momentos antes às trincheiras em Moshchun, declarou que “foi regressar à Primeira Guerra Mundial e imaginar que era assim que se lutava há mais de 100 anos. E imaginar o que é o avanço de alguém com outro poderio militar e estarem ali 50, 80 resistentes, com as munições possíveis – vi a caixa das munições muito limitada – e só faltou, para ser a Primeira Guerra Mundial, o problema das máscaras anti-gás para se ter a noção de uma forma de resistência e de luta que já não é destes dias, mas que ainda aparece”.
Quando se encontrava em Bucha, o representante de Portugal reforçou o “total apoio” do seu país à Ucrânia para levar os crimes de guerra russos à justiça internacional.
“Portugal tem estado envolvido. A ajuda que é agora pedida pode ser dada, que é na parte de apuramento da matéria de facto e nas diligências que envolvem os sobreviventes. Pretendem utilizar a experiência dos outros países em termos de investigação criminal numa matéria tão sensível e em que não há precedentes, sobretudo precedentes com um sucesso rápido”, afirmou.
“Portugal tem sido incansável, através do Governo e da ministra da Justiça, garantindo que nós estaremos sempre na primeira linha, não só no apuramento da verdade, como também na criação de condições para que o apuramento final seja uma lição para o presente e para o futuro”, acrescentou o chefe de Estado.