A reunião extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) não abordou a situação política pós-eleições em Moçambique, conforme esperado por muitos analistas e cidadãos que aguardavam uma posição clara sobre o cenário político interno do país.
Em vez disso, a Cimeira concentrou-se em questões de paz e segurança em outros países da região, com destaque para a situação na República Democrática do Congo (RDC).
Durante a reunião, foi apresentado um relatório atualizado sobre a situação de paz e segurança na RDC, que continua a enfrentar uma grave deterioração humanitária e de segurança. A Cimeira manifestou preocupação com a instabilidade no país e reiterou o compromisso da SADC em apoiar o governo congolês para resolver o conflito e alcançar uma paz duradoura, além de estabilidade e segurança.
Outro ponto importante discutido foi a prorrogação do mandato da Missão da SADC na República Democrática do Congo (SAMIDRC) por mais um ano. O objetivo é garantir a continuidade da resposta regional à instabilidade e insegurança que afetam o leste da RDC, região marcada por intensos conflitos armados.
A Cimeira também reafirmou o compromisso regional expresso no Pacto de Defesa Mútua da SADC, que considera um ataque armado contra um Estado-Membro como uma ameaça à paz e segurança regionais.
Embora a situação em Moçambique não tenha sido especificamente abordada na reunião, a Cimeira expressou solidariedade aos países membros, destacando a importância da cooperação regional na manutenção da paz e segurança. A liderança da SAMIDRC e os efectivos destacados para a missão também foram saudados pela sua dedicação e sacrifícios em prol da paz na região do leste da RDC.
A ausência de discussões sobre as eleições em Moçambique, que ocorreram recentemente, gerou algumas expectativas não atendidas entre os observadores e a sociedade civil, que esperavam uma abordagem mais direta sobre os desafios políticos internos do país, especialmente no que diz respeito à transparência eleitoral e à reconciliação pós-eleições.
Segundo o comunicado do órgão, neste encontro o estadista moçambicano apenas informou aos seus pares o que está acontecer em Moçambique depois das eleições e as acções em curso com vista a resolver o problema.