Seis trabalhadores humanitários foram mortos numa emboscada no Sudão do Sul, no ataque mais mortal em mais de três anos de guerra civil no país, anunciou no domingo a ONU.
“Estou chocado e indignado com o assassinato brutal de ontem de seis corajosos humanitários no Sudão do Sul” disse em comunicado Eugene Owusu, do Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
“À medida que as necessidades humanitárias atingem um nível sem precedentes, é totalmente inaceitável que aqueles que tentam levar ajuda sejam atacados e mortos”, insistiu.
Os trabalhadores humanitários foram mortos enquanto viajavam a partir de Juba, a capital, para Pibor, uma cidade no leste.
De acordo com uma fonte humanitária a trabalhar no país, as vítimas eram três quenianos e três sul-sudaneses que trabalhavam para uma ONG local. O veículo em que viajavam foi parado na estrada por indivíduos não identificados que os retiraram e mataram a tiro.
A emboscada de sábado é o terceiro ataque humanitário desde o início do mês, e desde dezembro de 2013, cerca 80 foram mortos no Sudão do Sul. Apenas em 2017, doze trabalhadores humanitários foram assassinados e pelo menos oito comboios foram atacados.
O Sudão do Sul mergulhou numa guerra civil em dezembro de 2013, marcada por muitas atrocidades e massacres, opondo as tropas do Presidente Salva Kiir, um Dinka, às do seu ex-vice-presidente, Riek Machar, um Nuer.
O conflito já fez dezenas de milhares de mortos, deslocou cerca de 2,5 milhões de pessoas (cerca de um terço da população), e causou uma crise humanitária catastrófica. Cerca de 100.000 pessoas sofrem de subnutrição e um total de 5,5 milhões de pessoas sobrevivem com ajuda alimentar.