A Califórnia tem sido palco de intensos protestos nos últimos dias, com Los Angeles no epicentro de manifestações que resultaram em confrontos e um aumento significativo da tensão. A principal causa desta onda de descontentamento são as operações de imigração do governo federal, que levaram à detenção de supostos migrantes irregulares na região.
Os protestos, que começaram em Los Angeles, rapidamente escalaram, com manifestantes a bloquear estradas importantes e, em alguns casos, incendiar carros. A resposta das autoridades tem sido firme, com a polícia a utilizar gás lacrimogéneo, balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar as multidões. Em São Francisco, outra grande cidade californiana, manifestações semelhantes terminaram com dezenas de prisões e relatos de violência e vandalismo.
Um ponto de discórdia adicional e que acirrou os ânimos foi a decisão do Presidente Donald Trump de enviar 2.000 soldados da Guarda Nacional para Los Angeles para conter os protestos. Esta medida foi duramente criticada pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom, que a classificou como “ilegal, imoral e inconstitucional”. Newsom e outros 21 governadores democratas argumentam que a ativação das forças policiais pelo governo federal sem a autorização do governador do estado é um “abuso de poder” e uma “grave violação de soberania”.
A situação permanece volátil, com o governador Newsom a pedir aos manifestantes que se mantenham pacíficos, mas também acusando o governo Trump de “semear o caos” e criar um “espetáculo” com as operações de imigração. A Casa Branca, por sua vez, defende as suas ações, classificando os protestos como “tumultos de imigrantes” e “insurreição violenta” contra as leis federais. Este impasse indica que as tensões na Califórnia, impulsionadas pelas políticas de imigração, estão longe de arrefecer.