Os EUA entraram em nova paralisação governamental, mas especialistas alertam que o impacto pode ser mais severo do que em crises anteriores. O presidente Donald Trump ameaça usar o impasse orçamental não apenas para suspender salários, mas também para cortar permanentemente milhares de empregos federais, num momento em que a economia já mostra sinais de fragilidade.
Historicamente, paralisações tiveram efeitos económicos limitados: os funcionários regressavam após semanas de licença e recebiam salários em atraso, e o PIB pouco se ressentia. No entanto, desta vez cerca de 750 mil trabalhadores podem ser dispensados temporariamente, e a ameaça de despedimentos em massa aumenta a incerteza.
Trump afirmou que pretende reduzir de forma estrutural a máquina federal, medida que poderia prolongar os efeitos negativos sobre o emprego e o consumo.
Vários economistas alertam que cada semana de paralisação poderá retirar entre 0,1 e 0,2 pontos percentuais ao crescimento no quarto trimestre, com parte apenas recuperada após a reabertura.
Apesar da gravidade, analistas como Thomas Ryan, da Capital Economics, consideram que a ameaça pode ser em parte estratégica, para pressionar os democratas a cederem nas negociações.
Ainda assim, há consenso de que este encerramento carrega mais riscos políticos e económicos do que os registados no passado.