A Administração Trump decidiu proibir a Nvidia de vender livremente os seus processadores H20 à China, agravando as tensões comerciais com Pequim. Apesar de menos potentes que os chips topo de gama da marca, os H20 foram desenvolvidos para cumprir restrições anteriores e são ainda capazes de suportar tarefas avançadas de inteligência artificial.
Segundo a Nvidia, o Governo norte-americano comunicou a decisão a 9 de abril, exigindo uma licença para exportar os H20 e outros chips com capacidades semelhantes para a China, Hong Kong e Macau.
As autoridades justificam a medida com receios de que os chips possam ser desviados para uso militar, nomeadamente em supercomputadores.
A restrição, aplicada de forma imediata e por tempo indefinido, poderá afetar significativamente os resultados da empresa. A Nvidia estima um impacto financeiro de 5,5 mil milhões de dólares só no primeiro trimestre, refletido já numa queda de mais de 6% nas suas ações antes da abertura de Wall Street.
A decisão insere-se numa linha dura semelhante à do mandato anterior, com os EUA a investigarem novas tarifas sobre chips e medicamentos, alegando motivos de segurança nacional.
Por outro lado, já durante o governo de Joe Biden tinham sido impostas restrições à venda de chips para IA, que entrarão em vigor em breve, afetando todos os países fora de uma lista de aliados, incluindo Portugal.
Apesar de os especialistas considerarem que a limitação não terá impacto prático imediato no mercado português, alertam para possíveis efeitos negativos na imagem do país, sobretudo num contexto em que a União Europeia pretende instalar grandes centros de computação.