A OpenAI está a preparar um movimento estratégico para reduzir a sua dependência da NVIDIA, líder mundial em chips de inteligência artificial. A empresa aliou-se à Broadcom e à TSMC para desenvolver os seus próprios processadores, denominados XPUs, que prometem otimizar o desempenho e os custos de execução dos seus modelos de IA.
O investimento, estimado em 10 mil milhões de dólares (cerca de 9,3 mil milhões de euros), permitirá à OpenAI desenhar chips sob medida, com produção em massa prevista para 2026.
A Broadcom lidera o design — aproveitando a sua experiência em processadores personalizados — e a TSMC, maior fabricante de semicondutores do mundo, será responsável pela produção com tecnologia de 3 nanómetros.
Os XPUs diferem das GPUs tradicionais da NVIDIA, pois são projetados especificamente para acelerar tarefas de treinamento e inferência em modelos de linguagem. Isso poderá oferecer ganhos de eficiência significativos, reduzindo custos e consumo energético.
Apesar da iniciativa, a OpenAI mantém o seu acordo de 100 mil milhões de dólares (93 mil milhões de euros) com a NVIDIA para o projeto Stargate, que prevê a criação de grandes centros de dados até 2028. A estratégia da empresa é dupla: continuar a usar GPUs da NVIDIA para treinar modelos avançados enquanto desenvolve uma alternativa própria para uso interno a longo prazo.
Vários especialistas apontam que o maior desafio para os rivais da NVIDIA será superar o ecossistema CUDA, a plataforma de programação dominante no setor.
Mesmo assim, o movimento da OpenAI, Broadcom e TSMC reforça a tendência de autossuficiência tecnológica entre as big techs — e acende uma nova fase na corrida global pelos chips de IA.