O Conselho dos Direitos Humanos da ONU adotou na quinta-feira uma resolução histórica sobre a Venezuela, na qual pede ao governo de Nicolas Maduro que aceite ajuda humanitária para suprir a falta de alimentos e medicamentos no país.
O texto, proposto por vários países latino-americanos, como Argentina, Peru, Chile e Colômbia, além do Canadá, foi aprovado por 23 dos 47 Estados representados no Conselho, incluindo o Brasil; 17 países abstiveram-se e 7 votaram contra, entre eles a China, Cuba e a própria Venezuela.
A resolução pede a Caracas “que aceite a ajuda humanitária para fazer face à escassez de alimentos, de medicamentos e de material médico, ao aumento da subnutrição, em particular nas crianças, e o aparecimento de doenças que tinham sido já erradicadas ou controladas na América do Sul”.
O texto ainda “expressa profunda preocupação com as sérias violações de direitos humanos”, e qualifica a crise de “humanitária.
Para o Grupo de Lima, a aprovação do texto foi uma “importante vitória diplomática”.
Peru, em nome de onze países, garantiu que não existe “desejo de interferir na Venezuela” e que existe um “respeito à soberania” do país.
“Mas estamos preocupados com a crise que levou a um êxodo de 2,3 milhões de pessoas. A meta é a de dar voz aos milhões que sofrem e numa crise sem precedentes na região. Pedimos que o governo venezuelano aceite a oferta generosa de ajuda”, disse a delegação de Lima representada pelo diplomata Claudio Julio de la Puente Ribeyro.