A Missão Internacional Independente da ONU para Apuração dos Factos sobre a Venezuela denunciou novamente a detenção arbitrária de opositores do governo de Nicolás Maduro.
Segundo o relatório divulgado esta quarta-feira, os detidos permanecem incomunicáveis e em isolamento total, numa prática que pode configurar crime internacional de perseguição política. A Missão aponta que os habeas corpus — mecanismos legais fundamentais contra detenções arbitrárias — estão a ser ignorados, rejeitados ou nem sequer a ser analisados, o que agrava a situação.
De acordo com a presidente da Missão, Marta Valiñas, as detenções fazem parte de um “plano deliberado do aparato repressivo do Estado” para silenciar vozes críticas, incluindo defensores de direitos humanos.
As ações são atribuídas a forças de segurança venezuelanas, como o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional e a Guarda Nacional Bolivariana, com apoio do Ministério Público e cumplicidade do Judiciário, especialmente da Sala Constitucional do Supremo Tribunal de Justiça. Essa estrutura institucional estaria garantindo a impunidade de violações graves dos direitos humanos.
A Missão alerta que atos como prisões arbitrárias, tortura e desaparecimentos forçados são considerados crimes contra a humanidade. O especialista Francisco Cox reforçou que há um “plano coordenado” para reprimir a oposição. Diante disso, a ONU apelou ao Conselho de Direitos Humanos para manter a Venezuela sob vigilância internacional contínua.
 
								