A Unesco criou um grupo de trabalho dedicado à escassez de professores na América Latina e nas Caraíbas, alertando que sem docentes não é possível garantir uma educação de qualidade — e, sem esta, torna-se inviável alcançar o desenvolvimento sustentável.
A iniciativa foi apresentada no fim de semana, com o objectivo de enfrentar o défice crescente de profissionais do ensino na região.
Segundo dados da organização, faltam actualmente 3,2 milhões de professores nas salas de aula latino-americanas. 
A nível mundial, serão necessários mais de 44 milhões de docentes até 2030, para que os países possam cumprir a meta de educação de qualidade estabelecida no Objectivo de Desenvolvimento Sustentável n.º 4.
A Unesco aponta como causas principais o baixo salário, a sobrecarga de trabalho e a falta de reconhecimento, factores que têm levado muitos profissionais a abandonar a carreira.
O grupo de trabalho internacional lançou o seu primeiro relatório sobre a situação na região, disponível em português e espanhol.
O documento destaca que milhões de alunos estão a ser afectados pela escassez de docentes e pelas difíceis condições do trabalho pedagógico. 
A agência das Nações Unidas defende a implementação urgente de políticas que valorizem a profissão docente, com melhorias nas condições laborais, na formação e no reconhecimento social.
O escritório regional da Unesco, em Santiago do Chile, apresentou também a Estratégia Regional 2025-2030, que visa combater as causas do problema, reforçar a autonomia das escolas e garantir a participação activa dos professores nas decisões educativas.
No segundo semestre deste ano, está previsto um encontro internacional em Santiago, convocado pelo presidente do Chile, Gabriel Boric, e pela directora-geral da Unesco.
A reunião reunirá representantes de governos, sindicatos e sociedade civil para debater soluções que garantam um futuro digno para quem ensina — e para quem aprende.
 
								