O governo de Nicolás Maduro suspendeu, na noite de quarta-feira, as autorizações de tráfego aéreo da TAP e de várias outras companhias internacionais, alegando motivos políticos. A decisão, publicada no Diário Oficial da Venezuela, atinge também a Iberia, Avianca, Latam Colombia, Turkish Airlines e Gol, acusadas pelo executivo venezuelano de se alinharem com ações consideradas “terrorismo de Estado” dos EUA. Apenas a Air Europa e a Plus Ultra ficaram fora da medida.
A suspensão ocorre poucos dias depois de a autoridade de aviação norte-americana ter emitido um alerta sobre riscos no espaço aéreo venezuelano, recomendando que aviões evitassem sobrevoar o país até, pelo menos, 1 de dezembro.
A TAP já tinha cancelado dois voos recentes para Caracas, justificando a decisão com a falta de condições de segurança.
O governo português reagiu, garantindo que não cede a “ameaças ou pressões”. O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, afirmou que Portugal atua de acordo com normas internacionais e com o objetivo de proteger passageiros, tripulações e companhias nacionais.
A TAP, que opera para a Venezuela há quase 50 anos, reiterou que pretende manter a ligação à diáspora portuguesa, mas sublinhou que a segurança impede, por agora, a continuidade dos voos.
Entretanto, os consulados portugueses em Caracas e Valência abriram canais de contacto via WhatsApp para apoiar cidadãos afetados e recomendaram que todos os viajantes confirmem diretamente com companhias aéreas e agências eventuais alternativas de transporte.