A Consulta popular informal organizada este domingo, 16 julho, pela oposição venezuelana demonstrou que 98,4% dos participantes na votação rejeitam a formação da Assembleia Nacional Constituinte pretendida pelo presidente Nicolás Maduro, com vista a rever a Constituição.
O resultado provisório foi anunciado após que de 95% das 2 mil urnas com zonas eleitorais improvisadas urnas terem sido apuradas, e 7.186.170 venezuelanos terem participado da votação. Os eleitores responderam a três perguntas: se rejeitam a assembleia constitucional, se querem que as forças armadas defendam a constituição existente ou se querem a realização de eleições antecipadas.
Nicolás Maduro convocou para 30 de julho a eleição dos 545 membros da Assembleia Constituinte, que poderá rever a Constituição e dissolver as instituições do Estado. Segundo o instituto de sondagens Datanálisis, 70% dos venezuelanos rejeitam a Constituinte.
Para o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, da oposição, “com os votos do povo venezuelano matematicamente Nicolás Maduro está revogado (…), esse era o medo que tinha do plebiscito revogatório e por isso foi impedido, por isso o Governo nunca mais quer fazer eleições”, disse Borges.
O plebiscito informal foi marcado pela violência e terminou com a morte de duas pessoas. Segundo fontes da oposição, o ataque foi perpetrado por grupos paramilitares favoráveis ao Governo em Catia, na periferia da capital venezuelana Caracas, onde milhares de pessoas participavam do evento da oposição. O Ministério Público venezuelano confirmou a morte de uma pessoa. No Twitter, a procuradoria afirmou que investiga a morte e os feridos causados pela “situação irregular”.