Bangladesh vai transformar ilha considerada inabitável para instalar os refugiados rohingyas

O Bangladesh aprovou, na terça-feira, um projeto de cerca de 235 milhões de euros para transformar uma ilha isolada e inundada na Baía de Bengala, de forma a instalar temporariamente 100 mil muçulmanos Rohingya.

A decisão ocorreu poucos dias depois de o Bangladesh ter selado um acordo com o objetivo de começar a repatriar os Rohingyas para Myanmar dentro de dois meses, para reduzir a pressão nos campos de refugiados.

Um comité do governo de Bangladesh encabeçado pelo primeiro-ministro Sheikh Hasina aprovou o plano de desenvolvimento da ilha Bhashan Char, também conhecido como Thenger Char, apesar das críticas dos trabalhadores humanitários que disseram que a ilha é quase inabitável.

O ministro do Plano, Mustafa Kamal, disse que levaria tempo para repatriar os refugiados e, entretanto, o Bangladesh precisava de um lugar para instalá-los. O projeto para abrigar os 100 mil refugiados na ilha estará completo até 2019.

“Muitas pessoas Rohingya vivem em condições extremas”, disse o governante, descrevendo o afluxo de refugiados como “uma ameaça para a segurança e o meio ambiente”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Bangladesh, Abul Hassan Mahmood Ali, pediu em setembro, apoio internacional para transportar os Rohingya para a ilha.

Já havia cerca de 300 mil refugiados Rohingya no Bangladesh antes da recente entrada dos mais de 620 mil da minoria muçulmana que fugiram da repressão em Myanmar.

O Bangladesh, uma das nações mais pobres e mais povoadas do mundo, planeia desenvolver a ilha, que surgiu do limo da costa do delta de Bangladesh há apenas 11 anos e está a duas horas de barco a partir do assentamento mais próximo.

Inunda regularmente durante as monções de junho a setembro, quando os mares estão calmos, os piratas percorrem as águas próximas para sequestrar os pescadores para resgate.

Um plano para desenvolver a ilha e usá-la para abrigar refugiados foi proposto pela primeira vez em 2015 e ressurgiu no ano passado. Apesar das críticas às condições da ilha, o Bangladesh afirma o direito de decidir onde instalar o número crescente de refugiados.

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