Perante o agravamento da guerra comercial com os Estados Unidos, as empresas exportadoras chinesas têm intensificado a presença em feiras comerciais, procurando alternativas aos tradicionais mercados norte-americanos.
Plataformas como a Feira de Cantão e a Exposição Internacional de Produtos de Consumo da China (CICPE) tornaram-se essenciais para divulgar novos produtos e estabelecer canais de venda noutros destinos.
Na edição deste ano da Feira de Cantão, que decorre em Guangzhou até 5 de maio, participam cerca de 31.000 empresas, mais 900 do que no ano passado.
Muitos expositores procuram parceiros na Europa e outros mercados, face ao aumento das tarifas norte-americanas sobre produtos chineses, que já ultrapassam os 145% em alguns sectores.
Vários empresários relataram interesse de distribuidores europeus, nomeadamente da Polónia e dos Países Baixos, e anunciaram investimentos na construção de fábricas fora da China para reforçar a presença global e reduzir os impactos das tarifas. Além disso, algumas empresas começaram a lançar marcas próprias destinadas a mercados internacionais, como o russo, onde registaram resultados positivos.
Apesar da instabilidade, o sector mantém a aposta na internacionalização.
Segundo dados oficiais, as exportações chinesas aumentaram 12,4% em março face ao ano anterior, impulsionadas por um esforço das empresas para antecipar os efeitos das novas medidas tarifárias.
Ainda assim, vários analistas alertam para um contexto de grande incerteza nos próximos meses.