A Organização de Cooperação Islâmica (OCI) reuniu-se ontem, quinta-feira, em Kuala Lumpur para uma sessão especial convocada pela Malásia. A organização que agrupa 57 Estados membros, debruçou-se primeiro sobre a situação dos Rohingyas, uma minoria muçulmana perseguida na Birmânia.
Desde outubro do ano passado, pelo menos 70.000 civis escaparam às operações militares do exército birmanês no Estado de Arakan, no noroeste da Birmânia, para procurar refúgio no Bangladesh. Muitos refugiados têm testemunhado atos de tortura, execuções sumárias e estupro.
Para o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, a brutal repressão tem de parar. Anfitrião da primeira sessão especial da OCI, não poupou palavras, lembrando que a minoria Rohingya foi vítima de genocídio e que a OCI não podia ficar em silêncio perante tal perseguição.
“Muitas pessoas perderam a vida na Birmânia, muitas vezes em condições deploráveis. Os sobreviventes sofreram atrocidades de crueldade inqualificável” denunciou Najib Razak.
A situação é desastrosa e poderá deteriorar-se se nada for feito, disse o chefe do governo da Malásia, que aponta o perigo de uma radicalização. “Organizações terroristas como o Daech podem tentar explorar a situação. Toda a comunidade internacional deveria preocupar-se perante a ameaça de uma nova base terrorista que poderia semear morte e destruição muito além das fronteiras da região.”
Tal como em dezembro passado, durante a cimeira da Asean em Rangoon, o primeiro-ministro da Malásia pediu ao governo birmanês para parar o massacre, para permitir um livre acesso imediato para a ajuda humanitária e permitir o regresso dos refugiados.