Israel autorizou a entrada limitada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, após quase três meses de bloqueio total que agravaram a crise alimentar no território palestiniano. A decisão, anunciada no domingo, 18 de maio, surge em resposta à pressão internacional crescente, especialmente dos Estados Unidos, e às preocupações sobre uma iminente catástrofe humanitária.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, justificou a medida como necessária para evitar uma crise de fome que poderia comprometer os objetivos militares da operação “Carruagens de Gideão”, destinada a desmantelar o Hamas e controlar toda a região.
Apesar da reabertura parcial, a ajuda autorizada é descrita como “básica” e limitada, consistindo principalmente em alimentos. Não foram incluídos medicamentos, água potável ou combustível, elementos essenciais para o funcionamento dos hospitais e infraestruturas civis.
A distribuição da ajuda será supervisionada por um novo mecanismo liderado pela Gaza Humanitarian Foundation (GHF), apoiada pelos EUA e coordenada com as Forças de Defesa de Israel (IDF). Este modelo, que exclui agências tradicionais como a ONU, tem sido criticado por falta de neutralidade e transparência.
A ONU confirmou que está em negociações com Israel para garantir o acesso e a distribuição segura da ajuda humanitária. No entanto, as negociações de cessar-fogo mediadas pelo Qatar permanecem estagnadas, com o Hamas a exigir o fim do bloqueio e a retirada israelita, enquanto Israel insiste na desmilitarização de Gaza e na libertação de reféns.