A Rússia poderá estar a fornecer os talibãs enquanto lutam contra as forças dos EUA e da NATO no Afeganistão, disse esta quinta-feira um destacado general norte-americano.
O general Curtis Scaparrotti, comandante supremo aliado da NATO, que também chefia o Comando Europeu do Exército dos EUA, afirma que tem visto a expansão da influência russa em várias regiões, inclusive no Afeganistão.
“Eu vi a influência da Rússia nos últimos tempos – uma influência crescente – no que respeita às relações e talvez mesmo no fornecimento aos talibãs”, disse Scaparrotti a um comité do Senado, sem dar mais precisões. Tropas da NATO combatem no Afeganistão desde a invasão liderada pelos EUA no final de 2001, em sequência dos ataques de 11 de setembro.
Cerca de 13.000 homens, na maior parte americanos, ao serviço da NATO estão no Afeganistão.
O comentário de Scaparrotti vai ao encontro das observações feitas no mês passado pelo General John Nicholson, comandante americano das forças da NATO no Afeganistão. Nicholson testemunhou que a Rússia está a dar aos talibãs apoio e cobertura diplomática, a fim de minar a influência dos EUA e derrotar a NATO, mas não esclareceu se a Rússia está a fornecer os insurgentes islâmicos.
No quadro da Operação Ciclone na década de 1980, durante a guerra contra a intervenção da União Soviética no Afeganistão, os Estados Unidos forneceram os Mmujahidins, parte dos quais acabaram por tornar-se em talibãs, com armas de alta tecnologia.
Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo desmentiu as acusações de Washington, que qualificou de uma “mentira” para esconder os fracassos americanos na região.
Após mais de 15 anos de guerra, os generais dos EUA dizem que o conflito no Afeganistão está num “impasse”.