O Fundo da ONU para as Crianças (Unicef) e o Programa Alimentar Mundial (PAM), lançaram esta terça-feira um comunicado de imprensa conjunto que alerta para a situação crítica no Iémene. No comunicado, falam de “corrida contra o tempo” para salvar milhões de vidas.
A violência contínua no Iémene está a gerar uma das mais graves crises de fome no mundo, com perto de 7 milhões de pessoas a precisar de assistência alimentar urgente. Perto de 2.2 milhões de crianças estão subnutridas, sendo que meio milhão já sofre de malnutrição grave, segundo o comunicado.
O diretor regional do PAM para o Médio Oriente, Norte de África, Ásia Central e Europa de Leste, Muhannad Hadi, faz o alerta: “Se agirmos agora, muitas vidas podem ser salvas no Iémene. Apelamos à comunidade internacional para nos proporcionar financiamento suficiente, e nos ajude a evitar a fome em todo o Iémene”.
Para além da fome, a violência arrasta as crianças para o casamento infantil ou até para a participação nos próprios conflitos. Nos primeiros três meses deste ano, três vezes mais crianças foram recrutadas e usadas pelas partes envolvidas no conflito, comparando com os últimos três meses de 2016, refere a mesma nota.
Apesar dos desafios, a UNICEF já prestou apoio médico a cerca de 132.000 crianças e tratamento de malnutrição aguda a mais de 5.000 crianças com menos de cinco anos. Já o PAM, prestou assistência alimentar a um número recorde de 5.3 milhões de pessoas em 17 províncias do país.
No mesmo dia em que as organizações lançaram o apelo, o Secretário Geral da ONU, António Guterres, anunciou durante a conferência internacional de doadores a angariação de mil milhões de euros para ajudar o Iémene.