O preço do ouro ultrapassou esta quarta-feira a barreira histórica dos 4.000 dólares (3.720 euros) por onça, refletindo o aumento da procura por ativos seguros num contexto de incerteza económica e geopolítica. Às 11h08, o metal era negociado a 4.045,76 dólares (3.764 euros), acumulando uma valorização de 54% em 2025, após uma subida de 27% no ano anterior.
Os analistas apontam como principais fatores para o “rally” do ouro o prolongado conflito no Médio Oriente e na Ucrânia, as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, a paralisação do governo norte-americano e a expectativa de cortes nas taxas de juro pela Reserva Federal.
Segundo Ewa Manthey, estratega do ING, “o ouro duplicou de valor em menos de dois anos, impulsionado pelas compras recorde dos bancos centrais, que procuram diversificar as suas reservas para além do dólar americano”.
A consultora Metals Focus estima que os bancos centrais comprem cerca de mil toneladas de ouro em 2025 — o quarto ano consecutivo de forte acumulação.
O Goldman Sachs prevê agora que o preço do ouro alcance os 4.900 dólares (4.557 euros) por onça até dezembro de 2026. Já Rhona O’Connell, da Stone X, lembra que “a incerteza geopolítica e a instabilidade política nos EUA continuam a alimentar a procura pelo metal”.
Apesar de alguns alertarem para o risco de sobrevalorização, a tendência de alta deverá manter-se, com o ouro consolidado como o principal refúgio dos investidores num mundo cada vez mais incerto.