Um relatório divulgado na semana passada pela ONU Mulheres revela que São Tomé e Príncipe é o país de língua portuguesa com maior proporção de mulheres no governo, ocupando a 24ª posição no ranking global. As mulheres representam 41,7% dos cargos ministeriais no país, superando ligeiramente Portugal, que aparece em 25º lugar com 41,2%.
Apesar desse destaque, o relatório “Mulheres Líderes na Política 2025” aponta uma tendência preocupante a nível global: a presença de mulheres em cargos executivos está em queda. A proporção média de ministras no mundo caiu para 23,3%, e o número de países com gabinetes compostos por pelo menos 50% de mulheres diminuiu significativamente.
Entre os demais países lusófonos, o Brasil ocupa a 53ª posição (32,3%), seguido de Cabo Verde (57º, com 31,3%), Angola (64º, com 29,2%), Moçambique (68º, com 27,8%), Guiné-Bissau (98º, com 20,8%) e Timor-Leste (101º, com 20%). A desigualdade de género na distribuição de pastas ainda é marcante, com mulheres concentradas nas áreas de família, igualdade de gênero e infância, enquanto os homens dominam setores como defesa, finanças e relações externas.
A ONU Mulheres alerta que a redução na presença feminina em cargos de liderança ocorre em meio a uma crescente hostilidade contra os direitos das mulheres, incluindo violência política e discriminação. Para reverter esse cenário, a agência recomenda a adoção de medidas afirmativas, como quotas, e o fortalecimento de instituições voltadas à igualdade de gênero.