Guiné-Bissau: PRID pede intervenção das confissões religiosas para solucionar crise política

O Presidente do Partido Republicano da Independência Para o Desenvolvimento (PRID), António Afonso Té, quer que as confissões religiosas da Guiné-Bissau liderem doravante o novo diálogo entre as partes envolvidas na crise política prevalecente para ultrapassar o actual impasse político.

Esta sexta-feira, 20 de Outubro, em conferência de imprensa, António Afonso Té, defendeu a assinatura de um acordo político negociado, no quadro de um diálogo entre as partes envolvidas na crise política prevalecente, sob a mediação de uma entidade sem a possibilidade e sem pretensões de aproveitamento politico, tendo avançado que o diálogo nacional que deverá desbloquear o actual impasse terá que ser um diálogo sincero que permita cedências entre as partes.

“Os actores políticos internacionalizaram um problema à nossa soberania nacional e vestiram um colete de forças, por falta de boa vontade, costurado por um acordo extra-constitucional assinado por eles, mas cuja execução recusam” disse, sublinhando que a situação social é crítica para uma população que, dispondo de um rendimento fraco, deve sobreviver num ambiente em que um quilo de carne se eleva a 4000 francos cfa e um quilo de peixe a 3000 francos cfa.

“Uma população que coabita com niveis de mortalidade materna e infantil entre os mais elevados do mundo, greves e paralisias frequentes do que resta da administração pública, com um peso forte sobre a saúde e o ensino. Este quadro não é confortável de forma nenhuma” afirmou.

Afonso Té acredita que as constantes disputas internas no país têm a ver com a partilha do poder. Por isso, sugere que seja assinado um acordo político para partilha do poder entre as partes e submetê-lo ao Presidente da República, José Mário Vaz, para o efeito de homologação.

“Mudar o formato das negociações e da comissão para eliminar obstáculos e evitar confrontações. As negociações devem ser feitas em sessões separadas entre as partes envolvidas na crise, PAIGC, PRS e os grupos de 15 deputados dissidentes do PAIGC. A nova comissão será presidida por um presidente oriundo das confissões religiosas, devendo integrar os membros da sociedade civil, alguns representantes dos partidos politicos sem assento parlamentar e membros facilitadores da comunidadde internacional e da sub-região” sugeriu António Afonso Té.

 

Tiago Seide

One Comment

  1. A. Keita

    “Novo diálogo”? O Presidente do PRID está a falar como se estivesse chegado hoje do planeta Marte.

    Com efeito, sabe muito bem e conhece muito bem a proposta de solução já sobre a mesa desde o dia 14 de Outubro de 2016. A implementação do Acordo de Conakry. Conseguido sem transgressão formal nenhuma da nossa Constituição. Ao contrário do que afirma nesta sua conversa (Cif., http://paginaglobal.blogspot.ch /search/label/ABDULAI%20KEITA, todo o artigo e em particular, a Conclusão, item (3); acessado, 23.10.2017).

    A alternativa todavia a esta solução existe e continua. Dissolução da ANP, criação do Governo de Gestão e, Eleições legislativas antecipadas. Tudo, segundo manda as nossas Leis da República nesta matéria.

    A outra alternativa é ver o PRS levar os seus Ministros à demissão do presente elenco governamental de um Governo da Iniciativa Presidencial, ilegal desde à partida. Já há 318 dias na governação. 10 Meses e 14 dias. Foi empossado no dia 12.12.2016. Governando o país inteiro já há 249 dias numa situação de ilegalidade total. 08 Meses e 09 dias; teve o seu período de graça de 60 dias de governação sem Programa e Orçamento Geral de Estado, expirado no dia 10.02.2017. Quer dizer, governando este período todo sem Programa nem Orçamento Geral de Estado nenhuns, aprovados pela ANP.

    PRID sabe tudo isso. E sabe também que o nosso S. Exa. So Presi, Dr. JOMAV que propõe “homologar” um eventual seu “novo acordo político” é ele mesmo o autor principal da atual situação de crise. O aliado ou mesmo o protagonista do “grupo dos 15”. Um ator principal portanto, parte do problema.

    Não obstante, vem aí propor mais este seu “novo diálogo”. Quer que fiquemos aqui para sempre nos “lolo-lilos” ou o quê? E tudo isso para que? Para dizer que está também a fazer alguma coisa? Não sabe que já houve intervenções de chefes religiosos e tradicionais de todos os bordos. Várias vezes. Mesmo já antes do arranque de toda esta confusão no dia 12 de Agosto de 2015; e que também participaram na Mesa redonda de Conakry?

    Bom se é para continuarmos ainda a experimentar por simples gosto de experimentação, o já tantas vezes visto, tido e experimentado, Sr. Presidente do PRID, então vá lá. Vá buscar seus “Religiosos” e “Régulos”, talvez virá com uns miraculosos que até aqui não intervieram ainda neste assunto. Brincadeira pa!

    Mas mesmo que fosse sério, coisa desta, neste momento, depois de todo o tido e visto até aqui nesta “lenga-lenga” absurda, eu sou muito cético. Por isso não sei se vale a pena e nem mesmo, se esta proposta não é algo de apenas para se divertir ou desviar as atenções destas acima indicadas vias reais e possíveis de soluções já sobre a mesa há bem muito tempo.

    Obrigado.
    Que reine o bom senso.
    Amizade.
    A. Keita

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