O Ministério das Finanças de Angola estima um crescimento da economia angolana nos próximos dois anos. Este crescimento será de cerca de 3%, registando-se já em 2019 o fim da tendência recessiva que marcou o triénio 2016-2018.
As estimativas constam do Relatório sobre a Estratégia de Endividamento de Médio Prazo (2019-2021), aprovado na semana passada em Conselho de Ministros e colocado hoje no site do Ministério das Finanças.
De acordo com o documento, que que dá conta de uma previsão de crescimento económico de 0,4% para 2019 e de 3,2% para 2020 e 2021, a recessão verificada entre 2016 e 2018 ficou a dever-se à descida da produção de petróleo e a uma menor atividade económica do setor não petrolífero.
Relativamente ao crescimento económico, as previsões estão abaixo das estimativas do Fundo Monetário Internacional, que antecipava já para este ano uma expansão da economia angolana na ordem dos 2,5%.
“Para o cenário de base, prevê-se o crescimento da economia a médio-prazo em cerca de 3%, dentre os quais, o sector petrolífero poderá apresentar uma taxa de crescimento de cerca de 1,7%, suportada pelo projectado aumento da produção petrolífera e o sector não petrolífero em cerca de 3,5%, justificando-se principalmente pela melhoria do ambiente de negócios que fomentará o investimento do sector privado na economia”, acrescenta o relatório.
A inflação, que tem vindo a descer nos últimos trimestres, “poderá, até 2021, atingir os níveis de 7,9%, e a conta corrente manter-se-á deficitária, resultante principalmente do aumento das importações na balança comercial e do crescimento do pagamento de juros externos”, antecipa o Governo.
O documento divulgado hoje explica que, relativamente à gestão da dívida, “o Executivo optou por uma estratégia de três anos que coincidirá com o programa de Apoio para a Consolidação Fiscal, EFF- Extended Fund Facility acordado com o FMI”.