Os investidores do mercado financeiro reagiram mal às críticas feitas no discurso de ontem do presidente do Brasil, Lula da Silva, às regras que limitam gastos públicos.
A manifestação do presidente eleito encontrou o ambiente de negócios já prejudicado pela divulgação da inflação de outubro, de 0,59%, que interrompeu a série de três meses de deflação. A subida foi impulsionada pelo setor alimentar.
O índice da Bolsa de Valores caiu e a cotação do dólar subiu mais de 4%. Ações ligadas ao setor de consumo de bens não essenciais, mais vulneráveis à subida da inflação porque podem mais facilmente serem dispensados pelos consumidores, caíram 9%, em média. Já as ações mais negociadas da Petrobras e do Banco do Brasil, que sofrem maior impacto das decisões do governo, caíram 3,60% e 3,37%, respectivamente.
“Porque as pessoas são levadas a sofrer para garantir a tal da estabilidade fiscal nesse país? Porque toda hora as pessoas dizem que é preciso cortar gasto, que é preciso fazer superávit, que é preciso ter teto de gastos?”, questionou Lula em discurso a parlamentares aliados.
Ele também criticou as reformas trabalhista e previdenciária feitas pelos governos Temer e Bolsonaro. Afirmou ainda que a Petrobras não será fatiada e que o Banco do Brasil e a Caixa Económica Federal não serão privatizados.
Carlos Vasconcelos – Correspondente