A usina nuclear de Angra dos Reis, a única em operação no país, registou um acidente em setembro de 2022 e só agora veio a público. A denúncia foi revelada no jornal O Globo e motivou reação do parlamento nacional, com a convocação de audiência pública, na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, na qual foram debatidos os efeitos do vazamento radioativo na área da usina.
A Delegacia de Polícia Federal de Angra dos Reis abriu dois inquéritos que buscam esclarecer supostas condutas omissivas na comunicação dos eventos, bem como crimes ambientais.
O deputado Max Lemos (PDT-RJ), que pediu a audiência, disse que a Eletronuclear, que administra o complexo nuclear de Angra dos Reis, no litoral fluminense, omitiu das autoridades o acidente ocorrido na usina Angra 1.
“A informação foi divulgada pela própria Eletronuclear (em março). Mas ela só veio após o jornal O Globo publicar, na quinta (23/3), reportagem revelando que, a pedido do Ministério Público Federal, a Justiça Federal determinou que a Eletronuclear realize, em até 30 dias, uma avaliação completa dos danos causados no acidente”, disse Max Lemos.
De acordo com o parlamentar, em consequência do acidente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou a empresa recentemente.
Confirmaram presença na audiência a analista de Infraestrutura do Ministério de Minas e Energia, Liliane Ferreira da Silva, o diretor-presidente da Eletronuclear, Eduardo Grivot, e o diretor de produção de combustível nuclear das Indústrias Nucleares do Brasil, Marcio Adriano Coelho da Silva.
Também foram convidados o prefeito de Angra dos Reis, Fernando Antônio Ceciliano Jordão, além do vereador Cléber Antônio da Silva, o prefeito de Paraty, Luciano Vidigal, representantes do IBAMA, entre outros.
Carlos Vasconcelos – Correspondente