Olaf Scholz, primeiro-ministro da Alemanha, revelou que ainda há esforços para a conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) e que o bloco europeu necessita definir sua posição em relação a um acordo equilibrado. Em oposição ao acordo está a França.
Durante a conferência de imprensa conjunta, em Berlim, Lula afirmou que continuará a trabalhar em prol do acordo enquanto tiver oportunidade, destacando que seria irracional não finalizar a parceria após 23 anos de negociações. “Eu não vou desistir enquanto não conversar com todos os presidentes e ouvir o não de todos,” revelou Lula da Silva. Por sua vez, Scholz assegurou que tanto a Alemanha como o Brasil desejam concluir o acordo entre os dois blocos.
A Espanha, que preside ao Conselho da UE, partilha a visão de que as negociações podem ser encerradas até o final deste ano, conforme informou uma fonte do Ministério da Economia espanhol à agência Reuters.
Durante um evento realizado no Rio de Janeiro, no início desta semana, a embaixadora Gisela Padovan abordou a questão do acordo entre Mercosul e UE ao ser questionada sobre o posicionamento do presidente francês, Emmanuel Macron, que classifica o acordo como antiquado.
“Não é nenhuma novidade (a declaração de Macron). A França sempre foi um dos países que se opôs tradicionalmente ao acordo pela quantidade de subsídios agrícolas que existem naquele país. Então isso não é surpresa, mas a gente está contando com países como a Alemanha e como a Espanha, que têm interesse de buscar um acordo que seja bom para os dois lados”, disse a embaixadora.
O Brasil procura o apoio dos dois países europeus para superar os impasses nas negociações, conforme destacou Padovan, secretária da América Latina e Caribe do Itamaraty, nesta segunda-feira. A embaixadora afirmou que há vontade política para alcançar um consenso benéfico para ambas as partes.
Carlos Vasconcelos – Correspondente