O Brasil não reconhece a morte de brasileiros em Cabinda para não ferir relações com Angola, disse o major General Matete Dias Silvano Carlos da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), em entrevista.
O major General Matete Dias Silvano Carlos iniciou a carreira militar integrado no Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA), braço armado do MPLA durante a guerra pela independência.
Segundo o major General Matete Dias Silvano Carlos, durante o período que permaneceu no EPLA, em Ponta Negra, Dolisie e Massabi, foi “camarada de armas e conviveu” com um “jovem angolano”, que seria mais tarde o presidente de Angola, João Lourenço.
Em 1975 Matete Dias Silvano Carlos deserta das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), que entretanto absorveram o EPLA, e apresenta-se como voluntário para combater nas fileiras da FLEC.
Receando ser um “infiltrado”, as chefias militares da FLEC interrogaram Matete Dias Silvano Carlos durante tês meses, até reconhecerem as suas reais motivações e o integrarem na organização independentista.
Decorridos 50 anos, Matete Dias Silvano Carlos permanece nas matas de Cabinda, sendo o Chefe da Direcção Principal de Preparação de Tropas e Ensino das Forças Armadas de Cabinda (FAC), braço armado da FLEC.
O major General Matete Dias Silvano Carlos concedeu uma entrevista à e-Global, em que respondeu às dúvidas sobre a morte de três cidadãos brasileiros em Cabinda, bem como à proposta de autonomia da UNITA, entre outras. Uma entrevista que, por motivos de segurança, foi gravada pelos serviços de comunicação da FLEC.