A Juventude do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, JPAI, foi “contactada por vários jovens enfermeiros, provenientes de todas as ilhas de Cabo Verde, muitos ainda a pagar as despesas da sua formação académica, inclusive ao banco, e muitos chefes de família com filhos menores e vários compromissos”, afirmando que o “Ministério da Saúde, pretende enviar para casa mais de 600 enfermeiros, a maioria jovens”.
A declaração foi feita durante uma conferência de imprensa, liderada pelo Eder Brito, membro da Comissão Política Nacional da JPAI. Segundo o líder político, a “medida demonstra uma tremenda falta de sensibilidade do Governo, principalmente do Sr. Ministro da Saúde com a sua própria classe de prestadores de serviço de saúde. Entendia-se que o Ministro da saúde protegeria a sua classe, porém, não é o que se observa.”
Apelou deste modo que seja anulado esta medida que irá prejudicar centenas de famílias, num momento em que se vive situações difíceis e complexas em Cabo Verde, “a situação entre estes enfermeiros é de muito pânico e desalento” diz.
Eder Brito, sublinhou ainda que “um Governo da República preocupado com os seus nacionais não pode instigar e promover a precariedade laboral e muito menos o desemprego jovem”.
Brito aponta ainda que a maioria dos enfermeiros tinha a obrigação de permanecer num local de trabalho específico, horários de trabalho pré-definidos, e alguns, inclusive, tiveram férias, apesar de usarem a terminologia “descanso”.
“Fica a dúvida de até que ponto a relação laboral existente entre os enfermeiros e o Ministério da Saúde era, meramente, de prestação de serviços” argumentou.
Fundamentos estes expostos numa carta aberta enviada ao Ministério da Saúde pelos enfermeiros e enfermeiras com várias reivindicações, desde a questão dos salários em atrasos, sobrecarga de trabalho, falta de subsistência medicamentosa e/serviços médicos especializados, condições precárias de serviços e exposição a danos e agravos à saúde individual, entre outros.
Anícia Cabral – Correspondente