O líder do Partido Popular (PP), Amândio Vicente, afirmou que o presidente do partido português Chega, André Ventura, “ainda está atrelado à escravidão da raça negra”.
Foi com estas palavras que o dirigente manifestou o seu descontentamento perante as declarações de Ventura sobre a morte do cabo-verdiano Odair Moniz em Portugal, após ter sido baleado por um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) na madrugada de 21 de outubro.
“Quando o líder André Ventura diz que o policial assassino devia ser condecorado pelo Estado português, nós entendemos que ele ainda está atrelado à escravidão da raça negra, à superioridade racial, o branco superior ao negro. Devemos lembrá-lo que estamos em 2024, no século XXI e que a modernidade não aceita essa forma de ver a raça negra”, declarou Amândio Vicente, citado pela “Inforpress”.
“Devia haver um protesto das autoridades cabo-verdianas contra o partido Chega e contra o seu líder que incentiva à violência. Dizer, provavelmente, que se os policiais disparassem mais, a sociedade portuguesa estaria melhor. Isso é um incentivo à violência. Veja, entre 230 deputados portugueses, o Chega ocupa 50 lugares na Assembleia da República. Portanto, é um partido com uma certa representação dentro do Estado português. Esse discurso é reprovável”, concluiu o político cabo-verdiano, que considera que Ventura deveria fazer um pedido de desculpas.
As declarações foram proferidas no âmbito do encontro quinzenal do PP, onde se debateram dois temas, entre os quais a morte de Odair Moniz e a candidatura da formação política às eleições autárquicas de 2024.