Após a criação, em outubro, do Laboratório Conjunto Sino-Português de Ciências Marinhas e Ambientais, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa (UCP), o Instituto Português do Mar e da Atmosfera e a Academia de Ciências da China, a Universidade de São José (USJ) quer ajudar a criar na região uma base de biotecnologia marinha e ambiental que ligue a China e Portugal.
David Gonçalves, diretor do Instituto de Ciências e Ambiente da USJ, afirmou que o projeto quer “fomentar o desenvolvimento em Macau de um ‘hub’ tecnológico ligado à biotecnologia azul e verde”, uma área onde “a parceria China – Portugal pode trazer bons frutos”.
O responsável da instituição de ensino macaense referiu que a biotecnologia é “uma área interessante, onde há muitas pequenas empresas hoje em dia a surgirem em Portugal”, designadamente na área da aquacultura. Portugal tem dado “passos interessantes” na definição de áreas protegidas na sua Zona Económica Exclusiva e a China “tem algum interesse” na investigação marinha desenvolvida no país, referiu o académico.
David Gonçalves destacou que a China está “extremamente avançada” na monitorização dos processos globais oceânicos e tem “uma grande sofisticação” técnica no que toca a navios de investigação, submersíveis e veículos operados remotamente.
O objetivo pode passar pela formação de equipas que investiguem determinados temas no mar, como, por exemplo, a proliferação de algas ou criação de novas técnicas e métodos para garantir uma aquacultura sustentável e salvaguarde as populações naturais.
O diretor do Instituto de Ciências e Ambiente acrescentou que um dos objetivos futuros é estabelecer parcerias “com empresas da China, de Portugal e algumas que existem já também em Macau para estabelecer um tecido empresarial”. David Gonçalves quer potencial ainda a exploração de recursos biológicos que possam ter utilizações comerciais, desde a indústria alimentar aos medicamentos.