A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), em representação da igreja católica, diz que não vai conceder a bênção a casamentos entre pessoas do mesmo sexo, contrariando um decisão papal. “Nós, os bispos, decidimos que, em Moçambique, não se dê bênção a uniões irregulares ou a pessoas do mesmo sexo”, refere um documento emitido, esta semana, pelos bispos.
É a resposta dos bispos moçambicanos a diretiva Fiducia supplicans do Papa Francisco, de 18 de dezembro, na qual o Sumo Pontífice apela aos sacerdotes para abençoarem uniões ou matrimónios entre pessoas do mesmo sexo e divorciadas como forma de aproximar a igreja católica às minorias.
“A bênção a apresentada como possível a ser invocada sobre uma união irregular ou do mesmo sexo, não pretende legitimar as uniões. Porém, na mente de muitos fiéis e na linguagem comum, com o termo bênção entende-se o mesmo que legitimar quem se abençoa”, clarificam os bispos.
O documento refere que a decisão do Dicastério para a Doutrina da Fé sobre a bênção a casamentos irregulares ou de pessoas do mesmo sexo “está a provocar no meio das nossas comunidades cristãs, e não só, questionamentos e perturbações”. No entendimento dos bispos católicos moçambicanos, as pessoas que vivem em uniões irregulares carecem de ajuda e acompanhamento para adequarem a sua vida à vontade de Deus. “A doutrina sobre o matrimónio e a família permanece inalterada,” concluem a CEM.
Aurélio Sambo – Correspondente
