Um empresário de 65 anos, de origem asiática, foi raptado, na manhã deste domingo, 11 de fevereiro, por volta das 08h30, na Rua Samuel da Bula, no prolongamento da Avenida Amílcar Cabral, próximo ao quartel da casa Militar na Cidade de Maputo, quartel responsável pela segurança do Presidente da República.
Trata-se do segundo rapto ocorrido em Maputo, desde o início do ano, em plena luz do dia. Testemunhas relataram que uma viatura estacionou próximo ao estabelecimento comercial (Bottle Store) propriedade da vítima. Em seguida, dois homens armados entraram no local, disfarçados de clientes, ameaçaram os trabalhadores e levaram o empresário para a viatura dos mesmos e partiram, em alta velocidade, em direção à avenida Amílcar Cabral.
“Foi tudo muito rápido. Depois que a viatura saiu à pressa, ouvimos os funcionários dizendo: levaram o patrão, levaram patrão”, contaram testemunhas que estavam nas imediações do local.
“Ele estava a abrir o seu estabelecimento, quando dois homens se aproximaram e apontaram uma arma. Sem fazer barulho, levaram-no para uma viatura, que estava estacionada ali na porta e, posteriormente, saiu em sentido oposto ao quartel”, contou um vizinho que vive na mesma rua.
A Policia da República de Moçambique (PRM) já confirmou a ocorrência do crime e diz estar a trabalhar em coordenação com o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) para o esclarecimento do caso. De acordo com uma fonte policial, desde janeiro de 2023, as autoridades moçambicanas detiveram 38 pessoas envolvidas nos casos 13 casos de raptos já registados.
A onda de raptos que se verifica, em Moçambique, começou em 2011, afetando, sobretudo, empresários e respetivos familiares. Após um período de relativa estabilidade, os casos voltaram a aumentar nos últimos anos, principalmente nas capitais provinciais, com destaque para Maputo.
Entretanto, as autoridades admitiram, por várias vezes, o envolvimento de membros da polícia e de magistrado nestes crimes, cujas ramificações se estendem até a vizinha África Sul.
Recorde-se que recentemente, a Confederação das Associações Económicas (CTA) convocou uma conferência de imprensa para exigir ao Governo a operacionalização da Brigada Anti-rapto.
Aurélio Sambo – Correspondente