O ex-ministro da Reconciliação Nacional Bah Oury acredita que a reforma constitucional do governo minou a segurança e a estabilidade das instituições da República da Guiné.
“É a constituição de 2010 que deve permanecer. Ninguém pode cumprir mais de dois mandatos consecutivos na Guiné. Ninguém pode tocar na forma republicana do estado. Ou seja, secularismo, liberdades fundamentais e outros”, declarou Bah Oury.
“Estes são os poucos pontos básicos que garantem a segurança e a estabilidade das instituições. Agora, o número de deputados, a maneira como podem ser eleitos, tudo isso pode mudar, como outros códigos“, acrescentou.
O ex-governante acredita que o poder de Alpha Condé desrespeitou os princípios democráticos ao mudar a constituição de 2010. ”Se se questiona a forma pela qual o poder muda ou a alternância deve ser consolidada, está-se a colocar tudo em questão. E o regime atual questionou o princípio da alternância democrática”, apontou.
“Na Carta da União Africana, refere que fazê-lo equivale a fazer um golpe“, disse Bah Oury, garantindo que a Guiné enfrenta um vácuo constitucional com a falsificação da nova constituição.
“A constituição que propuseram à população, na promulgação, saiu uma coisa que nunca foi apresentada à população. Então, de fato, não há constituição”, concluiu.