O presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, disse que o fim do sistema de pagamento em múltiplas moedas é indicativo da nova trajetória financeira do país, que se prepara para lançar a sua própria moeda até o final do ano.
A surpresa ocorreu alguns dias depois de Mnangagwa ter dito a jornalistas que o país teria uma nova moeda até março de 2020.
Falando na Cimeira da União Africana-Nações Unidas sobre a Economia da Vida Selvagem, em Mianagoga, Mnangagwa declarou que “O que eu disse em Moçambique era indicativo de onde queríamos ir. E o que aconteceu ontem (segunda-feira) mostra que o Zimbabwe está de volta à normalidade, introduzindo a sua própria moeda. A nossa moeda é denominada em RTGS e notas obrigacionistas”.
Mnangagwa admitiu que a medida iria causar alguma confusão no mercado nos primeiros dias, enquanto o mercado se ajusta ao novo regime monetário.
“A questão deveria ser: estamos a fazer a coisa certa ou não? Acho que estamos no caminho certo. Se nos virem fazer o que estamos a fazer, isso significa que os fundamentos já estão no lugar, ou estamos a trabalhar para isso Nós não proibimos nenhuma moeda. Nós dissemos que quiserem negociar neste país, terão que usar a nossa moeda local”, sublinhou o Chefe de Estado.
Num comunicado do governo divulgado na segunda-feira, o ministro das Finanças, Mthuli Ncube, anunciou que a libra esterlina, dólar norte-americano, rand sul-africano, pula Botswana e qualquer outra moeda estrangeira deixam de ter uso legal ao lado do dólar zimbabweano em qualquer transação local.
Alguns empresários disseram que a mudança repentina resultaria na falta de bens nas lojas retalhistas.
Os críticos dizem que se as novas medidas estabilizassem a economia do país, seria bom para o povo, mas duvidam de que os procedimentos estejam a ser feitos da maneira certa.