A 12 de junho de 1985, Espanha deu um passo histórico ao assinar o Tratado de Adesão às Comunidades Europeias, atualmente União Europeia, no Palácio Real de Madrid. Este momento simbolizou o fim de décadas de isolamento e o início da integração plena do país no projeto europeu, num processo que se iniciou ainda durante o regime de Franco, mas que só avançou após a transição para a democracia.
Com a morte do ditador em 1975 e o consequente processo democrático, Espanha intensificou os esforços para juntar-se à Comunidade Económica Europeia. A adesão reuniu um consenso político raro, que ultrapassou diferenças ideológicas e contou com o apoio de partidos de várias correntes. Contudo, o percurso foi difícil, marcado por obstáculos internos e externos, incluindo crises económicas e atentados da ETA.
No primeiro semestre de 1985, as negociações chegaram a um ponto crítico com a resolução de questões sensíveis, como as relativas ao setor vinícola e à pesca. Apesar de ataques da ETA no dia da assinatura, o acordo foi celebrado com grande solenidade na presença do Rei Juan Carlos I e de representantes europeus, simbolizando a entrada definitiva de Espanha no espaço europeu.
Faltava ainda a confirmação do alinhamento militar, resolvida em 1986 com um referendo que aprovou a permanência na NATO. A 1 de janeiro desse ano, Espanha formalizou a sua adesão às Comunidades Europeias, consolidando uma nova fase política, económica e social que transformaria o país e reforçaria o seu papel na Europa.